segunda-feira, 16 de setembro de 2024

SONHO DE CRIANÇADA

 


 

Quando era criança

Sonhava ser passarinho

Com penas coloridas

Sem perder a esperança.

 

Queria ser borboletas e voar

Até o alto da montanhas

Onde existissem flores

E nelas poder bailar.

 

Já sonhei até ser um rio

Ou um riachinho

Ter a força das águas

Mas sentia muito frio.

 

Vivia sonhando acordada

Perdia o sono

Vendo as horas passando

Eu ali flutuando na madrugada.


Autoria-Irá  Rodrigues

CENTOPEIA

 


 Queria mesmo se casar

Mas nem noivo ela tinha

Onde iria arranjar?


Toda afobada

Saiu atrapalhada

Comprou tamancos

Sandálias e sapatos...


Uns de salto

Outros baixinhos

Com fivelas

 E com lacinhos...


Com seus pezinhos calçados

Foi a rua passear

Queria ver moços aprumados

E poder se casar...


Coitada da centopeia

Escorregou caiu no buraco

Ficou ali esticada

Esperando ser amparada.

 

Irá Rodrigues

CURIÓ

 

 


Todo belo e assanhado

Esse teu cantar suave

É brilho de liberdade

Feliz tu és por nunca ter sido trancado...

 

Imagine teus irmãos

Numa gaiola aprisionada

Sem ver a luz do amanhecer

Se cantar é de tristeza

Assim nunca perde a certeza...

 

De um dia poder fugir

E para bem longe poder ir

Assim seu canto será de alegria

Vibrando com maestria...

 

Feliz és tu curió

Que livre faz teu ninho

Tem mulher e a sorte

E juntos criam filhotes...


É lindo ver a beleza desse curió

Livre voa entre bandos

Nas árvores podem pousar

Das frutas se alimentam

E juntos podem cantar...

 

Dormem em bandos onde quiser

Sonhando com a liberdade

Que Deus os concebeu

Esse canto de alvorada

Que desperta na madrugada...

 

 Irá Rodrigues

 

O GALO ADAMASTOR

 

 


 

 

O galo vivia solitário

Nem conseguia cantar

Se sentindo solitário

Só pensava em chorar.

 

Passa o dia sozinho

Bico baixo muito triste

Vamos passear no terreiro

O amigo peru insiste.

 

Amigo não fique assim

Estarei sempre ao seu lado

Então, vamos se alegre

Não se sinta desprezado.

 

Precisa é se casar

Com uma bela franguinha

Vamos pular a cerca

Lá na granja da vizinha.

 

Tome banho, se perfume

Fique bem contente

Ao ver a linda galinha

Abriu o bico sorridente.

 

Sei que dentes não tenho

Mas estou bem animado

Confesso meu amigo

Já estou apaixonado.

 

Autoria- Irá Rodrigues

 

https://luarepoesia2014.blogspot.com/

NAQUELA TARDE


Sem nada o que fazer
O sabiá inventa
De pegar caneta e papel
E começa a escrever.

Descreveu uma casinha
Com escada e janela
No fundo um pomar
De frente a ruazinha.

Ao lado morava a andorinha
Numa casa sem telhado
Quando a chuva caia
Ela abria a sombrinha.

E assim passou o dia
Matutando a imaginação
Abriria um concurso
De prosa e poesia.

Foi aquela animação
Até as flores queriam
Participar do concurso
Com a melhor premiação.

Irá Rodrigues

A LEITURA


É gostosa e faz bem
A gente entra na história
Viaja no mundo da fantasia
E faz parte da poesia...
Ler faz bem ao espírito
Tem letras nas folhas caídas
Tem frases nas estrelas do céu
Tem até um poeminha com sabor de mel...
Tem palavras vagando na rua
Tem poesia brincando na lua
Tem historias nas ondas do mar
Perdidas a navegar...
Leitura tem sabores
Uva com abacaxi
Morango com framboesa
Tem até laranja misturada com kiwi...
Quem não gosta de ler
O canto do passarinho
Quando desperta gritando
E o dia anunciando...
E o vento quando assobia
Faz aquela sinfonia
Parece a poesia
Vibrando de alegria...
Irá Rodrigues

LAGARTIXA ESMERALDA


A minha historinha eu vou contar, sou uma lagartixa nascida e criada nos lajedos de uma fazenda lá dos lados da Chapada, mas muitos me acham diferente dizem que sou esnobe, metida e cheia de defeitos.
Irrita-me ouvir sempre a mesma coisa, lá vem à dona esquisita sem cauda com dedos tortos. Só que nunca me perguntam o que aconteceu? Por que você é diferente? Como é bom julgar, e difícil tentar entender.
Eu sempre fui uma lagartixa perfeita, morava embaixo de uma pedra com meus pais e meus irmãos, certa manhã sair para caçar mosquitos quando sem perceber fui atingida por um moleque traquina, daqueles que saem com estilingue atirando nas pobres e indefesas lagartixas.
Perdi minha cauda, machuquei minha mãozinha meus dedinhos ficaram tortos, passei vários dias ali num cantinho padecendo, sem água sem comida sem amigos, todos fugiram e me abandonaram.
Amiguinhos, eu não sou nada do que falam, apenas sou diferente, vivo minha vida sozinha, não tive amigos, poderia ter morrido abandonada, agora que me salvei não quero saber de ninguém, apenas ser feliz do meu jeito. Eu sobrevivi rompendo obstáculos enfrentando tudo de ruim, gosto de mim assim com defeitos com marcas mas uma vitoriosa pela vida.
Moral da história não julgue o outro...
Irá Rodrigues.

NO SÍTIO DO JOSÉ


A folia começa cedo, o galo Adamastor sobe no telhado, bate asas, abre o bico e canta despertando as galinhas. O peru dorme tranquilo, acorda sonolento, grita irritado:- Que disparate! Nem bem o Sol acordou, vem esse destrambelhado com seu canto desafinado.
Começa uma briga, o Sol abre os olhos, joga uns raios iluminando o galinheiro. Todas despertam, correndo para degustar o milho jogado no terreiro.
No lago, os sapos pulam de alegria, os patos, marrecos e ganso nadam tranquilos, enquanto a chuvinha cai de mansinho.
E assim, no sítio do José a folia nunca descansa.
Irá Rodrigues.

A CASA DA BRUXINHA



A bruxa construiu a casinha
Bem no meio da floresta
A noite que assombração
Folhas que choram
Morcegos que voam...

Gnomos e fadinhas
Correm para suas casinhas
Fantasmas aparecendo
Abóboras se acendendo...

Gatos miando no telhado
Caldeirão fervendo
Corujas piando
Feitiços se fazendo...

Bruxinhas em suas vassouras
Chegam voando
É hora de ir andando
Tem criança chegando!

Irá Rodrigues -cheirinho de poesia