sexta-feira, 29 de abril de 2016

POESIAS OS ANIMAIS DE A a B


CENTOPEIA
 Queria mesmo se casar
Mas nem noivo ela tinha
Onde iria arranjar?
Toda afobada
Saiu atrapalhada
Comprou tamancos
Sandálias e sapatos...
Uns de salto
Outros baixinhos
Com fivelas
 E com lacinhos...
Com seus pezinhos calçados
Foi á rua passear
Queria ver moços aprumados
E poder se casar...
Coitada da centopeia
Escorregou caiu no buraco
Ficou ali esticada
Esperando ser amparada..





CURIÓ
Todo belo e assanhado
Esse teu cantar suave
É brilho de liberdade
Feliz tu és por nunca ter sido trancado...

Imagine teus irmãos
Numa gaiola aprisionada
Sem ver a luz do amanhecer
Se cantar é de tristeza
Assim nunca perde a certeza...

De um dia poder fugir
E para bem longe poder ir
Assim seu canto será de alegria
Vibrando com maestria...

Feliz és tu curió
Que livre faz teu ninho
Tem mulher e a sorte
E juntos criam filhotes...
É lindo ver a beleza desse curió
Livre voa entre bandos
Nas árvores podem pousar
Das frutas se alimentam
E juntos podem cantar...

Dormem em bandos onde quiser
Sonhando com a liberdade
Que Deus os concebeu
Esse canto de alvorada
Que desperta na madrugada...




 

 FORMIGAS

Corajosas devoradoras
Às vezes prudentes
Outras salientes
Atacam todas contentes...

Imagine uma pobre árvore
Devorado pelas amigas
Quer testar passe mel
Depois adeus direto pro céu...

A marcha é perigosa
Parecem soldados atacantes
Sobem  tão alto
São repugnantes...

Não gostam de migalhar
Preferem um bom banquete
Se não acham fazem protesto
As mocinhas não tem nada discreto...

Nem quero imaginar
Em teu corpo passeando
Se tudo que acha na frente
As danadas vão devorando...    



 
GAFANHOTO MATREIRO

Leva nas asas
Um lápis gigante
Bem colorido
Tem as cores de um arco íris
Acha-se professor assim ele diz...

De pernas longas
Salta ligeiro
Faz-se galante
Ele é mesmo matreiro...

O gafanhoto só come folhas
Encontra uma   horta
De folhas tenras
Logo ele devora...

E assim é o gafanhoto
Um nobre vegetariano
Professor de matemática
Saltitante arteiro
Gafanhoto matreiro....





GATO SAPECA
Que adorava sapatos
Calçava
Andava
E se achava...

Escalava telhado
No meio da chuva
Voltava molhado
Tremia de frio
Todo arrepiado...

Na cama deitava
Adormecia
E logo acordava
E miava
Procurando um sapato
E nele se enfiava...





GOLFINHO ESPERTO

Sobe nas ondas
Faz cara feia
Olha aqui pessoal
Não joga lixo no mar
Isso pode nos matar...

Tanta ignorância
Amanhã não pode pescar
Nem seu filho nadar
Os peixinhos nem podem respirar...

 Vem aqui
Só quero conversar
Mas ninguém quer escutar
Parem com essa poluição
O mar não é lixão...

Amanhã
 Essa beleza pouco vai restar
Continua jogando lixo
A natureza se revolta
Ou o mar vai acabar...

Pensa nisso!
A quem vai se queixar
Se no amanhã  nada disso restar
Será que Deus vai te escutar
Depois das maldades que causar...




 GRILO ATRAPALHADO

Pula daqui pula dali
Foge do gato
Entra no sapato...

Olha desconfiado
Sai de mansinho
E canta invadindo
O sono do gato dormindo...

E ai foi àquela confusão
O gato ficou irado
O que achou destruiu
Queria acabar com o grilo
Mas o espertinho fugiu...

E bem longe ele voltou
A sua chata cantoria
Adeus o sono do gato
Que sentado esperava
Enquanto o dia raiva...

Ai sim ele poderia dormir
Tranquilo sem ser abusado
Pois grilo dorme no dia
A noite faz sua cantoria...

Mas o gato estava decidido
Se aquele grilo ele pegar
Tenho pena do coitadinho
Vai lhe fazer picadinho...

JOANINHA

Saiu bem cedinho
No jardim se encantou
Eram tantas borboletas
Pretas aveludadas
Outras de listas douradas
Antenas longas
Bolinhas nas asas...
Contente a menina grita
Quando uma amarela
Pousa na sua mão
Encantada ela salta
E grita- que emoção...





LAGARTA PELUDA
Atreveu-se foi na frente
Podemos saber o que aconteceu?

Vejo que se torce e geme...
E responde a mal humorada
Comi uma mosca exibida
Fiquei com dor de barriga...

Coitada da mosquinha
Gritou um grilo atrevido
E zombava da lagartixa
Geme baixinho dói meu ouvido...

Bem feito dona lagartixa
Dizia a borboleta
Eu assim meiga e delicada
Corro o risco de ser devorada...

A lagartixa se contorcia
Era uma grande agonia
Começou a soluçar
Deu um arroto tão grande
A mosquinha caiu lá...










Lagarta

Chega à plantação
Vai devorando agilmente
Folhas e frutas
E tudo que encontra na frente...
Come doce come salgado
Frutinha avermelhada
Como se fosse marmelada...
Arrasa as abobrinhas
Devora as goiabeiras
Lagarta
 Assim quem aguenta
Bicha feia e nojenta...



MINHOCA  APRESSADA

Acorda já atrasado
Quer chegar ao lugar marcado
Corre, corre
Perde o trem
Atravessa a rua
Não olha de lado
É atropelado...

Saiu de casa correndo
Nem se viu no espelho
Um pé sandália rasteira
O outro sapato vermelho...

Com toda essa pressa
Levanta sacode a poeira
Engole o choro
Olha de um lado e do outro
E sai na carreira...








PINGUIM FOLGADO

Humilde de olhos esbugalhado
Ri se esconde do grupo
Ajeita-se na areia
Pula  da pedra se esconde
Coloca a cabeça na água
Olha assustado
Meio impaciente
Remexe a areia
Alegra-se quando encontra
Pão
Resto de peixe
O coitado do siri
E até farelos de bolo
Aquilo não era um lanche
Era um banquete inteiro
Olha de lado
Olha do outro
Não sabe se saboreia
Ou se engole a própria ansiedade
Com gula se empanturra
E ali mesmo adormece
Que pinguim  folgado...





 SAPO E A PIABA

A piaba meio cansada
Pega carona no sapo
E juntos descem o rio...
A piaba inquieta
Agarra daqui
Escorrega dali
Enfim se aquieta...
Uma ventania
Agita a água
E o sapo grita
Segura piaba
Não se agita...
A piaba toda afobada
Escorrega e é arrastada
Lá se vai à correnteza
A piaba e sua esperteza...

O sapo interrompeu a viagem
Na beirada do rio foi dormir
O frio era tanto perdeu a coragem
Encolheu-se e foi dormir...



 SAPO LELÉ

Querendo ser um moço chique
Comprou um par de chinelos
O dedo apertava
Ele marcava.

Na beira do lago sentou
Ficou matutando
Como ser diferente
Se nem era gente.

Um besouro sussurou:
Oras! Sapo é tudo igual
Olho grande e barrigudo
Com essa boca lascada
Onde vai achar uma namorada?
O sapo pensou, pensou,
Pois é pois é
Tenho que mudar
Comprarei um terno quadriculado
Um sapato que deixe meus dedos guardados
Uma corrente de ouro
Depois engulo esse atrevido besouro.
O besouro que não era bobo
Apavorado deu no pé
O sapo coitado
Ficou ali sofrendo
Com seu pé doendo...


PORCO APAIXONADO
Arrumou-se colocou perfume
Calçou bota  pôs chapéu
Usou gravata listrada
E camisa bem arrumada...

No curral passou pelo burro
Que  riu e relinchou
Deixando o porco irritado
Vai logo mal educado...

 Mas o porco nem ligou
Das criticas do invejoso
Encontrou a cabrita teimosa
Mas não queria mesmo prosa...

O porco seguiu viagem
Estava mesmo apressado
Ia ver a namorada
No chiqueiro bem ao lado...

E logo estavam juntinhos
Ele todo perfumado
A porquinha enlameada
Cheirava muito mal...

O porco desiludido
Decidiu voltar pra casa
E o burro que o esperava
Ria e relinchava...



OBRIGADA PELA VISITA.