segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

JOANINHA ALBINA

 

 


 

 

Naquele jardim, viviam muitas joaninhas, vermelhas de bolinhas pretas, pretas de bolinhas brancas e outras de bolinhas amarelas, para alegria da natureza as plantas ficavam cobertas das pequenas criaturinhas.

No entanto, um certo dia, nasceu uma joaninha diferente das outras, a mamãe tentou esconder, mas nada conseguiu por muito tempo, logo foi descoberta virando chacota, todas as outras joaninhas e até as borboletas gritavam:

- Onde está a joaninha desbotada? Com certeza na hora de nascer faltou tinta, deixando a mamãe muito triste, a joaninha albina mais triste ainda.

A pequenina, vivia se escondendo entre as folhas da roseira, a noite saía para conhecer o jardim, infelizmente era descoberta, voltando chorando para sua casa.

A mamãe, querendo ver a filha feliz, comprou tinta vermelha e pintou a filhota, mas por azar, naquela mesma tarde a chuva caiu, a tinta escorreu, voltou a ficar tão branca quanto algodão.

Sem poder suportar tanto sofrimento, a mamãe resolveu ir embora, levaria sua filha até o mago das montanhas, com certeza ele iria ajudar.

Viajaram dias, meses, perderam as contas do tempo que passaram até que chegaram na casa de um velho sábio.

- O que houve! Por que tanta tristeza nesses olhinhos cansados? Perguntou o mago.

Procurando controlar as lágrimas, respondeu:

- Minha filha não é aceita, é motivo de brincadeiras por ser diferente, chamam ela de desbotada. - Disse a mãe.

- Entrem! Descansem, depois vamos ter a melhor solução. Agora pare de chorar. Disse o velho com autoridade.

Depois de uma boa refeição, foram se encontrar com o mago que as esperava fumando seu cachimbo.

Agora venham, as duas seguiram em silencio, entraram num lindo jardim que mais parecia um conto de fadas.

Borboletas, joaninhas, besouros, a maioria eram albinos, por isso não ficavam expostas ao Sol.

A mamãe joaninha de boca aberta, ao mesmo tempo encantada nada conseguia dizer;

- Vejam! Você apenas nasceu diferente das outras da sua região, aqui todas se respeitam e são iguais independente da cor.

Decididas passaram a viver naquele jardim e foram felizes para sempre.

 

  Autoria Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CORDEL DO GALO

 


 

O galo fez uma festa

Com clima de harmonia

A confusão era constante

Acontecia todo dia

O Peru e o pavão

Viviam numa agonia.

 

Precisando voltar a paz

Esquecer a competição

O terreiro era tranquilo

Tinha amor no coração

Quando chegou o forasteiro

Virando aquela situação.

 

Se o peru olha o pavão

Faltava dignidade

O galo disse, saudades

Daquela tranquilidade

Todos viviam unidos

Existia cordialidade.

 

Precisava resolver

Toda aquela confusão

Se o pavão continuasse

Tomaria uma decisão

O peru era um amigo

Não aceitaria agressão.

 

Autoria- Irá Rodrigues

A MENINA JOANINHA

 

 


 

Era uma vez, no jardim da praça uma linda joaninha, ela estava tão sozinha, por isso vivia muito triste e solitária.

Uma bela manhã, ao abrir os olhos, deparou-se com a flor mais linda que poderia brotar naquele jardim abandonado.

A joaninha ficou eufórica de tanta felicidade. Mas, viu que a flor era muito calada e não queria conversa.

Aquela linda margarida com riscados amarelos nas pontas das pétalas. Curiosa a joaninha tomou coragem e disse:

- Eu vivo aqui sozinha, você pelo visto também está sozinha, a flor continuou em silêncio, após alguns minutos as duas se abraçaram, embarcaram na conversa e ficaram grandes amigas, espantaram de vez a tristeza daquele jardim que logo outras flores começaram a desabrochar.

E viveram eternamente em harmonia,

   Irá Rodrigues

 

 

 

ALICE E SUAS PANTUFASEM BUSCA DE HARMONIA

 

 


 

Numa vila carregada de magia, tinha uma casinha toda colorida, onde morava uma menina chamada Alice. No seu aniversário ganhou de sua madrinha pantufas coloridas feitas com as próprias mãos. Assim, começou com suas manias, nunca saia de casa sem ter em seus pés as suas pantufas. Alice era considerada a menina dos pés coloridos.

Mas tinha algo que ninguém descobria, os segredos que ela carregava, quando usava as pantufas parecia entrar em outros mundos. Seus pés pareciam ter vida própria, flutuavam como se fossem mágicos.

Certo dia, Alice acordou, procurou suas pantufas que tinham desaparecido, impaciente, revirou todo o quarto, embaixo da cama, a sala, na cozinha até no forno ela foi procurar, engraçado, até o galinheiro ela foi vasculhar.

Desesperada, saiu pela vila, batendo de porta em porta:

- Vocês viram as minhas pantufas? Elas desapareceram!

O leiteiro disse que nada viu, encontrou o padre e foi indagando, a resposta era sempre a mesma.

De repente se lembrou do velho sapateiro; encontrou o bondoso velho consertando sapatos.

-  O senhor viu minhas pantufas? Perguntou aflita.

Antes que o velho respondesse, Alice deu um grito!

Do outro lado da ruazinha estreita, passava o malandro do gato miando como se quisesse falar alguma coisa.

Alice cheia de curiosidades resolveu seguir as pisadas, ele seguiu a estrada, entrou no bosque, saiu em outra vilazinha bem na beira do rio que corria fazendo cambalhotas nas águas.

Minhas pantufas! Gritou Alice desesperada. Ao avistar no alto de uma árvore.

Uma velha daquelas bem velhinhas disse sorrindo:

- O macaco passou aqui pulando de galho em galho, ele usava as suas pantufas.

O malandro do macaco apareceu não se sabe de onde, trazendo as suas pantufas. Gargalhando disse:

-  Elas vieram voando como se fossem mágicas. Eu apenas para devolver aos pés da menina colorida.

Alice estava radiante! Calçou suas amadas pantufas, parecia flutuar ao sabor do vento, como se seus pés criassem asas voltou para casa disposta a nunca mais deixar a janela do quarto aberta, assim evitava que as suas pantufas fugissem novamente.

 

                          Autoria- Irá Rodrigues

 

OS DOIS AMIGOS

 


No centro de um frondoso bosque, bem no alto de uma colina, os papais ursos construíram uma bela casinha, na qual morava com sua esposa dona ursa e os filhotes Beto e Betinho.

A casinha ficava bem pertinho de um rio corrente, onde podiam pescar, tomar banho e nunca faltava água fresca, nem sombra para descansarem em suas redes armadas, uma das árvores mais altas o papai urso armou um balanço para as brincadeiras dos filhotes, também servia de palco para suas traquinagens.

Os dois eram muito espertos, quando o papai saia sempre alertava:

- Não se afastem da redondeza, ainda são pequenos, podem se perder ou ser atacados por algum animal, como o lobo ou mesmo dona raposa.

No sábado, o papai pegou a carroça e foi até o bosque colher frutas, enquanto isso, a mamãe ficou em casa com os filhotes, ventava muito, no final da tarde, o papai voltava com a carroça repleta de nozes, castanhas, pinhões e outras sementes. Cheio de orgulho pela bela colheita ele disse;

- Temos alimentos para um mês inteiro, podemos até oferecer um pouco aos nossos vizinhos. Após o café puseram a marchar, finalmente chegaram à casa dos compadres que moravam do outro lado das montanhas.

Após os abraços e cumprimentos cheios de alegria, foi servido um gostoso almoço acompanhado de doces de nozes e bolo de cenoura.

O dia passou cheio novidades. Ao voltarem para casa já anoitecia, chegando na colina, encontraram o amigo macaco que corria aflito.

- Depressa! Corram! Gritou o macaco, o lobo está faminto. Venham! sigam essa estradinha. Os quatro seguiram em silencio com o medo tomando conta.

Só esqueceram do quanto o macaco era malandro. Agora vamos! Disse o macaco. O caminho é longo, se quiserem chegar em casa em segurança, é preciso iniciar a marcha.

O papai urso com sua grande sabedoria não ousou contrariar mesmo conhecendo as malandragens do macaco.

Pé aqui, outro ali, todos se puseram a caminhar para chegarem em casa. De repente, o céu escureceu, uma forte tempestade estava se aproximando.

A correria foi grande, logo estavam em casa, na segurança das suas camas todos roncavam que dava gosto ouvir.

                                                    Autoria-Irá Rodrigues

 

O INVERNO

 

 


 

Os dias foram passando, chegou o rigoroso inverno, antes que a neve começasse a cobrir tudo, todos os bichinhos seguiram para a quitanda do raposão, onde, compraram de tudo que precisavam até o inverno se acalmar.

Quando chegaram em suas casas, a neve começava a cair tão forte que as árvores já estavam branquinhas.

Os ursinhos, peraltas como eram, corriam, escorregavam naquele chão tão branquinho como flocos de algodão.

Ninguém se atrevia a sair de casa, no domingo, resolveram que era hora de aproveitar o espetáculo daquele inverno. Saíram para esquiar pelo declive da montanha, mesmo levando tombos, o dia foi muito divertido.

A raposa estava muito triste e preocupada, na semana seguinte seria aniversário do seu filho, mas como pensar em festa e presente com toda aquela neve impedindo de sair de casa. O filhote, alheio aos problemas na sua inocência de criança, corria com os ursinhos pelo bosque recoberto de gelo.

Enquanto isso, a mamãe raposa sempre triste, certa manhã, varrendo a casa nem percebeu a chegada do Sol que abria os olhos enxugando toda aquela neve.

  Irá Rodrigues

 

 

 

 

 

O PASSARINHO

 


 

Pousado na janela da casa de dona ursa, perguntou o motivo de tanta tristeza. A raposa se assustou, deu um pulo ao reconhecer aquele filhote de passarinho. Você se tornou um lindo e nobre passarinho com seu penacho alaranjado.

A ursa relatou toda a sua preocupação, deixando o passarinho pensativo,

- Não fique assim tão triste. Um dia vocês salvaram a minha vida, agora quero ajudá-los. Bateu asas e partiu.

Em poucas horas, voltava em companhia de seus pais e outros tantos passarinhos.

- Dona raposa ao ouvir bate, abriu a janela ficando de olhos arregalados diante do que viu. Eram pacotes e mais pacotes que traziam como presentes para os filhotes.

De tão comovida a mamãe ursa não sabia se sorria ou se chorava.

A festa seria inesquecível, todos os bichinhos foram convidados, com ajuda dos amigos começou a preparar bolo, sanduiches, docinhos, sucos e outras guloseimas.

Chegou finalmente o dia tão esperado. De entrada, uma suculenta sopa de sementes frescas, a mesa estava repleta de comida,

Todos comeram, dançaram. Os parabéns foram emocionantes, quando a mamãe colocou o bolo na mesa, todos gritavam cheios de euforia:

Lá fora, a neve caía como floquinhos de algodão, dentro de casa todos estavam bem aquecidos pela bondade que reinava no coração dos passarinhos.

  Irá Rodrigues

 

 

OS URSINHOS

 


 

Os dois adoravam brincar entre os arvoredos, bem aos pés do enorme carvalho, enquanto as mamães ursa e raposa tricotavam roupas quentinhas e meias para se aquecerem no rigoroso inverno.

Quando, ouviram gemidos no meio do mato, ficaram atentos. Os ursinhos logo gritaram:

- É um pobre passarinho, sua patinha está quebrada.

As mamães aproximaram-se, com muito cuidado improvisaram uma pequena maca, onde agasalharam o pequeno passarinho que não parava de gemer.

Seguiram rumo ao encontro da mamãe passarinha que não parava de gritar no alto do carvalho.

Pensaram: Como levá-lo? O ninho é tão distante. Logo apareceu o macaco que bondosamente se prontificou, de galho em galgo levava o bichinho em sua mão para não machucar.

Coitado! O pobrezinho não parava de chorar, o medo e a dor fazia com que ele tremesse.

Finalmente, o macaco com todo cuidado colocou-o no aconchego do ninho deixando aos cuidados dos papais que chamavam aflitos. Soluçando de felicidades agradeceram a bondade do macaco e todos os amigos lá embaixo que ajudaram a salvar o filhote.

A história chegou ao fim, todos continuaram felizes.

    Irá Rodrigues

 

PARECE CONTO DE FADAS

 

    

 

Era uma dessas florestas, onde as árvores quase tocavam o céu, estrelinhas brincavam com os vaga-lumes. Muitos animais viviam na maior harmonia, quando entardecia, começava a sinfonia dos passarinhos que chegavam para se agasalhar antes do entardecer.

As formigas entravam apressadas no formigueiro temendo o ataque do tamanduá. Logo que todos se recolhiam em suas casinhas, a noite era vestida de calmaria.

Antes que o dia clareasse, o galo da campina abria o bico, iniciando o seu refrão: Cocoricó....Cocoricó... O Sol já se levantou! Bom dia, passarada, saiam dos seus ninhos, vamos dona joaninha, abra a porta da casa, assim, o galo despertava toda a bicharada da floresta.

A cobra, preguiçosamente rastejava, olha o rato passeando e boceja, enquanto isso, todos os outros galos engolem gotas de orvalho, afinam os bicos e começam a sinfonia ensurdecedora.

O Sol dá corda no relógio, apressa os ponteiros, toda a natureza desperta como o mais lindo conto de fadas.

 

  Irá Rodrigues