Naquele jardim, viviam muitas joaninhas, vermelhas
de bolinhas pretas, pretas de bolinhas brancas e outras de bolinhas amarelas,
para alegria da natureza as plantas ficavam cobertas das pequenas criaturinhas.
No entanto, um certo dia, nasceu uma joaninha
diferente das outras, a mamãe tentou esconder, mas nada conseguiu por muito
tempo, logo foi descoberta virando chacota, todas as outras joaninhas e até as
borboletas gritavam:
- Onde está a joaninha desbotada? Com certeza na
hora de nascer faltou tinta, deixando a mamãe muito triste, a joaninha albina
mais triste ainda.
A pequenina, vivia se escondendo entre as folhas da
roseira, a noite saía para conhecer o jardim, infelizmente era descoberta,
voltando chorando para sua casa.
A mamãe, querendo ver a filha feliz, comprou tinta
vermelha e pintou a filhota, mas por azar, naquela mesma tarde a chuva caiu, a
tinta escorreu, voltou a ficar tão branca quanto algodão.
Sem poder suportar tanto sofrimento, a mamãe
resolveu ir embora, levaria sua filha até o mago das montanhas, com certeza ele
iria ajudar.
Viajaram dias, meses, perderam as contas do tempo
que passaram até que chegaram na casa de um velho sábio.
- O que houve! Por que tanta tristeza nesses
olhinhos cansados? Perguntou o mago.
Procurando controlar as lágrimas, respondeu:
- Minha filha não é aceita, é motivo de
brincadeiras por ser diferente, chamam ela de desbotada. - Disse a mãe.
- Entrem! Descansem, depois vamos ter a melhor
solução. Agora pare de chorar. Disse o velho com autoridade.
Depois de uma boa refeição, foram se encontrar com
o mago que as esperava fumando seu cachimbo.
Agora venham, as duas seguiram em silencio,
entraram num lindo jardim que mais parecia um conto de fadas.
Borboletas, joaninhas, besouros, a maioria eram
albinos, por isso não ficavam expostas ao Sol.
A mamãe joaninha de boca aberta, ao mesmo tempo
encantada nada conseguia dizer;
- Vejam! Você apenas nasceu diferente das outras da
sua região, aqui todas se respeitam e são iguais independente da cor.
Decididas passaram a viver naquele jardim e foram
felizes para sempre.
Autoria Irá
Rodrigues