segunda-feira, 16 de março de 2015

historinhas e poesias

 LAGARTIXA DEVORADORA

Era uma vez uma lagartixa deita ao sol se espicha, vê  a mosquinha despercebida estira a língua e engole...
Satisfeita a lagartixa deita se espreguiça, relaxa de barriga cheia, mas a mosquinha que não é nada boba, espera a devoradora dormir e logo que ouve seu ronco aproveita a boca aberta e sai pela garganta voando apavorada, se sacode e vai embora para bem longe daquela coisa nojenta, cansada deita numa folha se ajeita e fica a observar, logo  a lagartixa acorda espreguiça. - que fome... Exclama! Alisando a barriga!. Mas ao ouvir as gargalhadas vira e se depara com a mosquinha que livre se livrou, a lagartixa revoltada corre querendo pegar, mas a mosquinha esperta voa para longe e deixa a lagartixa de olhos e boca aberta...
Ser devorada nunca mais... Gritou a mosquinha.
Moral da história- não menospreze a inteligência do outro...

Ler um bom livro

É gostoso e faz bem
A gente entra na história
Viaja no mundo da fantasia
E faz parte da poesia...

Ler faz bem ao espirito
Tem letras nas folhas caídas
Tem frases nas estrelas do céu
Tem até um poeminha com sabor de mel...

Tem palavras vagando na rua
Tem poesia brincando na lua
Tem historias nas ondas do mar
Perdidas a navegar...

Leitura tem sabores
Uva com abacaxi
Morango com framboesa
Tem até laranja misturada com kiwi...

Quem não gosta de ler
O canto do passarinho
Quando desperta gritando
E o dia anunciando...

E o vento quando assobia
Faz aquela sinfonia
Parece a poesia
Vibrando de alegria...





MONSTRINHOS QUE ABUSAM

Os pardais vadios
Não sei qual o motivo
Que abandonam os campos
Invadem telhados
bichinhos atrapalhados...

Fazem aquela bagunça
E nem são brasileiros
Esses monstrinhos  bagunceiros...

Tem tantos passarinhos
Bem mais comportadinhos
Têm brancas e avermelhadas
As rolinhas engraçadas...

E o João de Barro
Engenheiro inteligente
No alto constroem sua morada
Ali prende sua amada...

E as gaivotas na areia
Parecem meninas assanhadas
Gritam beliscam
Migalhas que ali ficam...

Lindo mesmo é o bem ti vi
Com seu chapéu vermelho
Canta no raiar do dia
Seu canto é melodia...








MOSQUINHA VOADORA


Arrebitou suas asinhas
Foi varrer a cozinha
Fingindo-se ser boazinha...

Encontrou um ratinho
No cantinho escondidinho
O bichinho tremia de medo
E chorava o pobrezinho...

A mosquinha num salto
Pousou em suas orelhas
Logo vão te achar
E ao gato vão te dar...

O ratinho implorava
Faz assim comigo não
Sou magrinho e miudinho
Deixa-me aqui escondidinho...

A mosquinha querendo ser boa
Entregaria o bichinho
E ele implorava
Encontre um ratão
Ali tem de montão...

A mosquinha gargalhou
E disse toda orgulhosa
Vão te cozinhar com azeite
E do gato será o banquete...


                                                                                                                                    




Magricela

Não é menina não ela e uma lagartixa
É um réptil desengonçado
Rasteja-se pelo chão
Sobe em árvore e se acha engraçado...

Toma banho de sol  espichada no telhado
Hoje ela apareceu com sua calda cortada
Com certeza algum gato desejou lhe dar um trato...

E o ninho dessa atrevida
Faz em qualquer lugar
Ali coloca seus ovos branquinhos
Coisa nojenta são seus filhinhos...

 Branquelos de olhos pretos
Ainda pequeninos já escalam
Sobem em paredes lisas
Seus dedinhos parecem fitas...

Grudam com tanta força
Andam de cabeça para baixo
Se  ela encontra uma mosquinha
Coitada da  bichinha...












 Na Floresta

É dia de festa
Chega o urubu
com sapato branco
De terno azul...

O leão com seu vozeirão
senta no banco
Vai tocar violão...

O coelho
Se olha no  espelho
Enquanto
A cigarra
Fazia serenata...

O burro apressado
Chega suado
O pato
Esqueceu-se do sapato...

O galo atrapalhado
Canta desafinado
Era só animação
Na cantoria
Do gavião...

Enquanto
Um grupo animava
O outro dançava
A floresta
Toda animada
Foi até a madrugada...








O JABUTI

Gordo e pesado
Atropelou a lagartixa
Que ficou toda esmagada
Com a perna  quebrada...

Coitada da lagartixa
De tão moída a coitada
Ficou como laranja
Depois de chupada...

A tartaruga  lerda como é
Continuou sua caminhada
Nem parou para socorrer
A lagartixa atropelada...

Ali no chão a gemer
Ficou a pobre machucada
Seu jabuti que horror
Acuda-me, por favor...

Apareceu o calango
Que prometeu se vingar
Socorreu a lagartixa
Que não parava de chorar...

OBSERVANDO OS INSETOS

Fiquei pensando  neles
Como age um com o outro
E olha que aparece
A esperança e o gafanhoto...

Os dois se alimentam de folhas
Um pequeno outro gigante
Mas fazem um estrago
Parece um elefante...

E a formiga cortadeira
Com suas garras afiadas
Um bando ataca a roça
Estraga a plantação de mandioca...

Mas tem insetos do bem
A abelhinha sempre a trabalhar
Das flores só sugam o néctar
E seu mel vai fabricar...

Nojento falar da barata
Se der mole ela invade
A cozinha o banheiro
Ela gosta mesmo de sujeira
Essa cascuda ligeira...

E passa uma mosquinha voando
Um grilo gritando
Se achando cantor
Só falta bater tambor...

Engraçado se entendesse
O que falam entre si
Falando mal um do outro
O cascudo do besouro...

Linda mesmo é a borboleta
Elegante em seu estilo
No jardim é uma beleza
Encanta com sua leveza...

Mas é mesmo encantado
Esse mundo dos insetos
Cada um com sua beleza
Uns arteiros outros sutis
Encantando a natureza...








OS TRES RATINHOS
 

Um se chamava João
Espertalhão
Corria na padaria
Roubava migalhas de pão...

O João era mesmo espertinho
Chegava bem de mansinho
Trazia flores
Á namorada do Luizinho...

Luizinho todo bobinho
Achava engraçadinho
Quando João andava
Paquerando sua namorada...

ria do namorado
Todo abobalhado
Via tudo não ligava
Se João lhe paquerava...

Mas um dia Luizinho
Chegou de mansinho
Tomando coragem pensou
Amizade com João acabou...

Assustado João ficou
Foi chegando pertinho
Duas lagrimas rolaram
E os dois se abraçaram...

João ficou triste
E disse chorando
Não vou mais te trair
Jurou implorando...

Luizinho riu contente
Camarada meu amigão
Viveremos os três felizes
Eu você e Mariquinha
Nossa namoradinha...
Mas casar isso só eu!                         

O peru

Convocou toda a bicharada
Patos, o galo e as galinhas.
Para a festança no galinheiro
Do seu casamento com a perua
Vieram até os gatos com seus trombones
Cachorros com tamborins
As galinhas d’angolas com suas flautas
Cantavam tô fraca, tô fraca
Nada faziam dizendo-se cansadas...
Por fim começa a festança
Sambas valsa e bolero e todos animados
No grande terreiro rodopiavam
Enquanto os pássaros cantavam...
A comilança era farta- tinha de tudo
Bodes e cabras, carneiros e ovelhas.
Cuidavam do rico banquete
Mas um tinha que reclamar
O pavão com seu penacho colorido
Dizia não comer nada aquilo
Desfilando  todo exibido...




O IGUANA SE FAZENDO DE HUMILDE

Para desconfiado
Com olhar maravilhado
Lambe a língua se ajeita
Sente-se esfomeado...

Anda se rastejando abana a calda
Coloca a cabeça de fora
Olha o mosquito que dorme
Impaciente olha se esguelha
E  zap!

Lá se foi o bichinho inocente
O esfomeado do iguana
 Sente-se satisfeito
Era o melhor banquete
Daquele bem perfeito...

O mosquitinho  tinha para ele
O sabor de pão com mortadela
Salada de maionese
Bem alimentado resolve tirar uma soneca...





O CAMALEÃO

Colocou sua cartola
Pegou a bengala de prata
Saiu mascando chiclete
Foi assistir a um jogo de bola...

No meio da goleada
Uma mosquinha arteira
Acha de pousar
 Bem na sua cadeira...

O camaleão que bobo não é
Esticou a língua
E lá se foi à mosquinha
Servida como banquete...

Com a pança farta
Arregala os olhos
E fica gritando
 O Jogo  terminado
O camaleão se achando...



O SOL NASCENDO

O galo vai à escola
Mochila nas costas
No pé
As esporas...

Na saída
Encontra a cigarra
Com sua viola
Pedindo esmola...

Saiu cantarolando
Pegou seu violino
Na frente da escola
Cantou um hino...

 Na sua crista
Pousou um grilo
Que entoava uma sinfonia
Atrapalhando
A sua melodia...






O cardume

Levada na correnteza
Tinha peixe de todo tipo
Pequenos feios
Tinha curto e comprido...

Os alegres e divertidos
Fazendo piruetas
Velozes e nadadores
E os peixinhos faladores...

Mas o de maior imaginação
Era mesmo a piaba
Com seu tamanho miúdo
Falava indagava
E nunca se cansava...

Magrinha e branquinha
Era a pequena  piaba
Metida e se achava
A mais bela e engraçada...









O tamanduá foi passear

Convidou o gambá
Para com ele viajar.
Chegou à floresta
Encontrou o macaco
Cortando pau
Para fazer um berimbau.
O tamanduá estava com fome
Resolveu sair para caçar
Mas onde encontrar
Formigas para almoçar...
Andou nem um formigueiro encontrou
Escorregou no rio
Ficou ali tremendo de frio...
Coitado do tamanduá
Nem sabia nadar
Os sapos queriam ajudar
Tentavam e tentavam
O tamanduá era pesado
E não conseguiram...
E assim o tamanduá
Deixou à correnteza lhe levar
Até onde encontrasse
Algo para segurar...
E lá se foi o tamanduá
Não mais ouviram falar
Por onde ele deve andar...







O sapo

Está saindo, indo a algum lugar.
Coloca óculos escuros
Diz-se ser professor
Esse sapo gosta mesmo de se mostrar...

Lá se vai o espertalhão
Sem destino sem direção
Papel e vareta na mão...

Imagine
Se sapo pudesse voar
Chegaria bem antes do vento
Assim meio vagabundo
Percorreria o mundo...
 Pior seria
Se sapo fosse como um rouxinol
Que abre o bico e sabe cantar
Acorda ainda na madrugada
Desperta o sol numa linda alvorada...

Ainda bem que sapo tem que andar
Às vezes até pular
Despido descalço
Imagine se sapo pudesse voar...






O GATO E O GUARDA CHUVA

E sai o gato a cantar;
Tenho um lindo guarda chuva
Que não gosta da luz do dia
Ele só quer saber da chuva
Se for sol fica em agonia...

E assim meu guarda chuva
Não foi feito de papel
Como não gosta de sol
Preciso usar chapéu...

 Ou o sol vai me queimar
Se não for me proteger
Com esse meu guarda chuva
Não sei mais o que fazer...

Se a chuva vai embora
O meu guarda chuva entristece
Esse a chuva chega mansinho
Ele ri e flutua
Sai dançando na rua... PERUA TONTA


Dizem que é meio louca
Da forma que ela faz
Vive ciscando de costa
Roda, roda fica tonta.

A perua é cinzenta
Tem pose de dançarina
Roda o dia inteiro
Sambando no terreiro...

Quando cansa de ciscar
Vai ciscar no curral
Espanta gado e cabra
Faz aquele vendaval...

A perua gosta de luxo
Não dá bola pra o peru
Irritada ela fica
Quando ele faz glu,  glu...



    
PASSEIO DE JUJÚ E JOANINHA
Era domingo  as meninas Jujú e Joaninha acordam cedinho pulam daqui pulam dali resolvem fazer um passeio: Na floresta era bem assim podiam sair para visitar os parentes e assim fez as duas amiguinhas.
- O dia tá azul e não vai chover! Juju vestiu uma roupa de bolinha um laço vermelho na cabeça nos pés colocou sapatinhos de salto. Joaninha roupinha vermelha bolinhas pretas, colocou um chapéu sombrinha na mão, sapato amarelo. Vamos lá para a montanha visitar os nossos parentes e assim saem as duas colocam sementes na sacola e ruma ladeira a cima.
Andaram, andaram e logo encontram um casal de esquilo que resolve ir junto, eles iam à frente cantarolando e borboletas iam chegando e outros bichos se juntando, do mato surgiu dona aranha e foi logo dizendo  eu também quero ir e posso tecer uma roupa assim se cobrem a noite e não morrem de frio..
É mesmo gritou Juju quero o meu todo bordado com fios de ouro botão de prata.
- E você Joaninha como vai querer o seu? Perguntou dona aranha toda animada...
- Eu não sei gosto da minha roupa e não sinto frio aqui na floresta tem muitas folhas e nelas posso ficar são quentinhas e aveludadas  nem chuva nem frio eu vou passar.
E assim foram seguindo...
O resto eu deixo você criar...


Papagaio foi à escola

Trocava as palavras
No lugar de cancela
Escrevia gamela
E dava gargalhadas...

Era uma confusão
Folha trocava por rolha
E as frases ficavam engraçadas
Todos riam das suas palhaçadas...

Trocava fonema por cinema
Sintonia por folia
Nada tinha começo nem fim
E ele escrevia assim...

Embaralhava tudo
Descrevia sua linguagem
Nada tinha rima nada rimado ficava
E dizia com sua ousadia
É assim a minha poesia...               



PEPEU

Saiu do buraco
Nem viu a chuva
Ficou todo molhado
Com o pelo embolado...

Tremia tanto de frio
Mas sendo um rato arteiro
Cuidou logo de esquentar
E na cozinha foi se abrigar...

No fogão se esticou
Mas logo a fome bateu
Subiu na mesa
E o queijo todo roeu...

Satisfeito se espichou
No queijo mesmo deitou
A noite foi uma beleza
E logo o dia raiou...

E o ratinho sonolento
Para o buraco voltou
Antes que Maria chegasse
E uma vassourada lhe desse...












PERNILONGOS

Fazem a festa
Aquele zumbido
Ao pé do ouvido...

Quer ver o pernilongo
Fazer serenata
Durma de luz apagada
Ai é aquela zuada...

Zum zum zum
Pica daqui pica dali
É palma a noite toda
Nem respeitam o ar
Só pensam em sugar...

A noite toda é uma agonia
Uma coisinha minúscula
Essa bicha  atrapalhada
Que invade a madrugada...

O dia desperta ela some
Feito vento no tempo
Com pressa que ninguém possa encontrar
À noite voltam com tudo
Para outra vez batucar...







PULGA JOSEFINA


Logo chega ao bar
No balcão pede um sorvete
Fica atarantada
O sorvete derrete...

Foi sentar-se à mesa
Ficou toda embaraçada
Quando um pulgão
Deu-lhe uma olhada...

Mas quando o pulgão se levantou
Josefina se espantou
Ele andava de bengala
Era torto e mancava...

Sem dar ares ao pulgão
Ela levanta rebola
Passa por ele e vai embora...

Se esse pulgão se acha
Imagine eu com ele
Feio baixo e manco
Só se usar meu tamanco...

Nem que dinheiro tivesse
Casar-me-ia assim
Com alguém todo gordo
Mas se parece um porco...



POEMA DO BEIJA FLOR

Nas páginas de um livro
Declama um beija flor
São tantas letras perdidas
E eu aqui nesse calor...

Ah! Se pudesse voar
Bem longe iria parar
Voaria dessas paginas
Onde querem me trancar...

E num deslize de letras
O beija flor bate asas
Vai livre encantar o jardim
Deixando a poesia sem fim...






PAPAGAIO FOI Á ESCOLA


Trocava as palavras
No lugar de cancela
Escrevia gamela...

Era uma confusão
Folha trocava por rolha
E as frases ficavam engraçadas
Todos riam das suas palhaçadas...

Trocava fonema por cinema
Sintonia por folia
Nada tinha começo nem fim
E ele escrevia assim...

Embaralhava tudo
Descrevia sua linguagem
Nada tinha rima nada rimado ficava
E dizia com sua ousadia
É assim a minha poesia...          


PIRRAÇA

O grilo abriu o canto
Espantou o sono
Do gato que dormia
E foi aquela agonia...

O gato querendo dormir
O grilo fazendo festa
O resultado que deu
Foi o gato correndo atrás
Mas o grilo se escondeu...

O grilo corria se escondia
E começava a cantar
Irritando o gato
Que já começava a miar...

E foi assim a noite inteira
Um corre daqui
O outro canta de lá
Quem aguenta essa zueira...


RATINHA BAILARINA


Era uma tarde sem mais nem menos  encontram-se  o rato e a rata o rato desconfiado sai do buraco enquanto a ratinha se esbaldava na mesa da cozinha  devorando restos de queijo e farelos de pão. Estava faminta depois de ter dançado balé. O rato se aproxima e indaga:
- Sentei a tarde inteira na porta do buraco esperando você passar e quando apareceu desfilava sem mesmo me olhar, ainda dei um psiu e fingiu nem ouvir.
- Mas eu estava era querendo chamar a sua atenção bastava um sorriso e em teus braços cairia, disse a ratinha com cara de apaixonada...
- Você é muito vaidosa e me trata com tanta indiferença não sou um rato qualquer e só ama quem não te quer.
- Vocês são todas iguais se dizem apaixonadas e logo vem esnobar um dia irá se arrepender, quando a velhice chegar e ninguém mais te querer-disse o rato desanimado.

- Não seja assim egoísta e a velhice ainda vai demorar, mas creia se um dia resolver me casar é com você que quero ficar, mas enquanto sou uma ratinha charmosa quero mais é esbaldar
E assim saiu o rato desanimado de cabeça baixa  voltando para a frieza e solidão do seu buraco, enquanto a ratinha ria da fraqueza do rato, ela queria mesmo era o amor de todos os ratos que circulavam nas redondezas...

Moral da história: não esnobe ninguém, um dia pode se arrepender.

















Quando

A galinha acorda feliz
Vai chegando
Diz bom dia
E sai cantando...

Encontra o ganso
Vira as costas
Com ele
Não quer prosa...

E lá vem a ovelha
É só ver a galinha
Deita-se
E deixa que lhe coce
A orelha...

Passa o pavão
A galinha grita
Bom dia!
Seu metido grandalhão...

E assim fica a galinha
Acorda feliz
E diz bom dia...


POBRE ANIMAL

No meio do transito vai ele passando
Triste cabisbaixo
Carroça pesada
E ainda vai ele levando pancada...

 Num trote rasteiro
O corpo velho não aguenta
Ninguém nota a estupidez
Que aquele infeliz enfrenta...

Cansado ele empaca
Nem uma passada a frente
Manso ele vai levando
Muito mais inteligente
Que o homem que sem noção
Chama-lhe de burro demente...

Esse pobre animal
Pode até não ter pensamento
Mas é nobre em sentimento
Muito mais do que aquele
Que lhe chama de jumento...









 RATINHO ESPERTO

Enquanto a vovó tricotava
Ele saiu do buraco
No novelo de lã se escondeu...

De repente
O gato apareceu
O rato correu de lá
Escondeu-se no sofá...

E começou a correria
O gato corria atrás
O rato escapulia...

Era do sofá para o cesto
Enrolava nos novelos
Vovó nem percebia
Aquela estripulia...

E nessa bagunça toda
Ficou a tarde inteira
Até a vovó perceber
E com chinelo na mão
Acabou a brincadeira...






SAPO ENCALHADO

Botou a botina
Perfumou-se
E foi visitar a noiva
Que o tio lhe arranjou...

Na porta da casa
Da namorada
Lembrou-se da cartola
Saiu em disparada...

Correu, correu
Ficou cansado
Entrou no lago
Adormeceu...

A namorada coitada
Esperou a noite inteira
E o sapo só acordou
No dia seguinte
Com febre e bronquite...




SOL ESCALDANTE

No galho de uma  mangueira
Uma lagartixa com cara de dor
Gemia, gemia era um horror...
Ninguém entendia
De todo canto surgia insetos
Um gargalhava
O outro gritava contente
Corram, corram minha gente...

A lagarta peluda
Atreveu-se foi na frente
Podemos saber o que aconteceu?

Vejo que se torce e geme...
E responde a mal humorada
Comi uma mosca exibida
Fiquei com dor de barriga...

Coitada da mosquinha
Gritou um grilo atrevido
E zombava da lagartixa
Geme baixinho dói meu ouvido...

Bem feito dona lagartixa
Dizia a borboleta
Eu assim meiga e delicada
Corro o risco de ser devorada...

A lagartixa se contorcia
Era uma grande agonia
Começou a soluçar
Deu um arroto tão grande
A mosquinha caiu lá...




SAPOS DE TODO JEITO

Amarelos esbugalhados
Tem pretinhos assentadinhos
E aqueles verdinhos
Sabem que são até bonitinhos...

À noite aparecem em bandos
Aos pulos se duvidar sobe no muro
Passam o dia na  penumbra
À noite a luz os deslumbra...

Aquele coaxar no lago
Rompe a noite e a madrugada
Parece que batucam
Numa verdadeira alvoraçada...

Tem o sapo boi
Se alguém se aproxima ele incha
E o sapo cururu esse parece um monstro
O bicho é feio  e ainda se acha rei.



TARTARUGA ZILÚ

Se achando uma garotinha
Sai nas ruas  com sua bicicleta
Dizendo que vai fazer uma corrida
Nem aguenta uma subida...

Fica logo cansada de tanta preguiça
Também assim bem barrigudinha
Tinha que ser bem vagarosa
Ela é mesmo é muito gulosa...

Num almoço ela devora tudo que encontrar
Frutas maduras caindo do  caindo do pé
Gramas verdinhas come  tanto até se fartar
Depois adormece dizendo que vai descansar...

E depois vai Zilú a sua bicicleta pedalar
Chega-se a algum lugar isso vamos ver
Com essa barriga grande e preguiçosa
Ela  gosta mesmo é de uma prosa




TUDO PRONTO PARA A DISPURA

E começa o confronto o leão como o rei da floresta
Faz a seleção convida o macaco para jurado
O guaxinim  para dar a partida
A serpente   vai  ser a juíza.
E começa a confusão o porco espinho
Quer sair na frente e grita valente
Ou saio de primeira ou eu solto os meus espinhos
E  ai  de quem o  pisar! Solto pelos caminhos...
Quando a briga começa a esquentar
O leão dar um rugido deixando todos quietos
Olham aqui seus espertalhões a coisa aqui é seria
Sai na frente quem eu decidir que não gostar
Pode sumir daqui e não mais voltar...
E começa a seleção- vem o gato e o rato
O gambá e o tatu esses corram na frente
Vai ganhar quem pela manhã puder aparecer
Lá na floresta das cores até  o sol nascer...
E saem em disparada todos os animais da floresta
O leão o macaco e guaxinim  seguiriam de carruagem
Assim esperariam quando todos chegassem afobados
Para serem vencedores e seus prêmios ganharem...    

TAMANDUÁ FOI PASSEAR

Convidou o gambá
Para com ele viajar.
Chegou à floresta
Encontrou o macaco
Cortando pau
Para fazer um berimbau.
O tamanduá estava com fome
Resolveu sair para caçar
Mas onde encontrar
Formigas para almoçar...
Andou nem um formigueiro encontrou
Escorregou no rio
Ficou ali tremendo de frio...
Coitado do tamanduá
Nem sabia nadar
Os sapos queriam ajudar
Tentavam e tentavam
O tamanduá era pesado
E não conseguiram...
E assim o tamanduá
Deixou à correnteza lhe levar
Até onde encontrasse
Algo para segurar...
E lá se foi o tamanduá
Não mais ouviram falar
Por onde ele deve andar...





TODA ATRAPALHADA

Lá se vai à girafa
Na curva se entorta
Comprida como é
Não consegue ficar de pé?

Depois vem o rato
Se achando piloto
Sai derrapa na estrada
Atropelando a barata...

E o sapo coitado
Todo atrapalhado
Pedala para frente
Só anda de lado...

Coitada da tartaruga
Velha e enrrugada
Sai toda atrasada
Na sua bicicleta enferrujada...

Essa bicharada
É engraçada
Mas muito atrapalhada
Até um periquito fazendo palhaçada..


UM ESQUILO METIDO A SUFISTA

E não é que esse sem vergonha é tirado a sufista, entrava no mar era jogado fora, retornava e outra vez atiçado bem longe, mas teimoso como era se infiltrou num barco de pesca e lá se foi  para alto mar.
Eram dias perdidos no oceano nem podia esquiar nem podia conversar o medo de ser jogado na água era bem maior e a monotonia começava a dominar aquele esquilo espertalhão, mas nem tudo estava perdido e lá se foi o sem vergonha deitado na proa tomando sol, quando ouve uma voz grave gritando:
--Hei seu vagabundo você nunca desiste, pois bem se pensas que vai curtir a viagem como se fosse férias engana-se... Venha já trabalhar ou te jogo na boca dos tubarões...
Tremendo de medo o bicho seguiu o capitão que o levou direto para a cozinha, onde ordenou que fizesse tudo que o cozinheiro ordenasse.
E num vai e vem de tarefas o esquilo se empanturrava de tanto comer, era um lambe de dedos que deixava o cozinheiro irritado.
No belo entardecer avermelhado, o esquilo todo folgado sobe na proa e avista milhares de baleias no meio do mar e se meteu numa roupa de nadador e lá foi ele ver de perto as monstruosas coisas que jogavam agua em esguichos,
Já escurecia quando resolveu retornar para o barco e qual é a surpresa o capitão o esperava bufando de raiva e segurando-lhe pelas orelhas levou até o salão onde gritou em brandos: você seu pivete desobediente vai ficar preso em correntes até retornarmos para casa assim nunca mais entra de penetra em barcos de pescadores. Passavam horas, dias e nada dele conseguir desembarcar numa ilha onde pudesse ficar e esquiar sem que ninguém atrapalhasse e num solavanco estrondoso o barco encalhou numa pedra e foi uma correria, pega caixa daqui corre e salva coisas de lá e ele ali acorrentado gritando sem ninguém querer ajudar, o barco iria afundar e todos já entravam num bote deixando o pobre do esquilo ali amarrado.
--Socorro! Socorro! Gritava já sentindo a agua tomar o barco, perdendo as forças de se esguelhar para ser salvo ele desmaia e quando acorda está no meio da vegetação todo ensopado, levanta assustado olha de lado olha do outro e não ver que havia salvado...
Só sabia que se conseguisse retornar para casa nunca mais se metia a ser sufista...
E assim aprendeu a lição que lugar de animal não é se meter a gente nem querer  competir com as artimanhas do homem nem com a fúria do mar...





Invadir minha infância

Com meiguice e esperança
A vida fica colorida
Como sorriso de criança...

Revivem dentro de mim
Bonecas de pano
Balanço na árvore
Que delicia que encanto...

Vejo  dentro da memoria
O cheirinho de comida
Pimenta cebola
 Um torresmo sequinho
Tudo feito no capricho...

Panela de barro
Fogão a lenha
Cozinha perfeita
Aquela comilança
Mundinho de criança...

Essa vidinha gostosa
Que só no campo se tem
Saudades boas assim
Revivem dentro de mim...


FUI À LUA VIREI COMETA

Construí um chão de estrelas
Flutuei e dormir nas nuvens
Acordei como criança
Parecia criança arteira.

Que chupa pirulito
Delicia-se e se lambuza
Que come pipoca
Senta no chão.

Ver filme de monstros
Ri sozinha
Não ver motivos
Só sabe que ri
Que sonha.

Vira e revira
Corre na lua
Como se fosse a rua.

Brinca nas nuvens
Tira floquinhos faz algodão
Rouba do arco íris
As cores vibrantes.

Pinta com classe
O algodão doce
Foge do sol
Esconde-se.

Rouba seus raios
Transforma em vaga-lumes
Finge ser a lua
Encontra o sol passeia nos planetas
Abraçam-se
Viram cometas...

Irá Rodrigues

O reino dos brigadeiros

Construí uma casinha
Toda feita de maldades
Ali deixei bem trancado
Delicias de chocolates...

Era uma loucura boa
Tudo feito se espalhavam
Depois começava juntar
Era só no granulado passar...
E naquela bagunça toda
Até a mesa se mexeu
Os gostosos brigadeiros
Na forminha se meteu...

E logo a porta se abriu
O cheiro se espalhou
A garotada apareceu
E num piscar de olhos
Nem se quer esfriou
E de dois em dois
A molecada devorou...

E eu não sou boba nem nada
Na folia logo cai
Fui arteira virei criança
Coisa boa essa comilança...









Gotinhas de estrelas
Estrelas são pingos de luz
Surgem como meninas
Faz charme se exibe
Anoitece e logo aparecem
Enfeitam o negro da noite...
Parecem pinguinhos sorridentes
Esbanjam
Fazem estripulia
Roubam a cena
Até o raiar do dia...
É estrela cadente
Ou as três Marias
Cada uma representa
O tempo de nostalgia...
Nasce no romper da noite
Encanta nas madrugadas
Faz a menina sonhar
Inspira poetas
Deixa melodias no ar...
Aquece corações
Atende até pedidos
Quem pensa que ela é
O amor que partiu
Que para o céu se foi
Virou estrela
Que canta baixinho
Ilumina a vida
Ou é menina dengosa
Ou sua estrela guia...



REVIVENDO O PASSADO

Reencontrei-me menina em retratos amarelados
Cabelos longos sorriso  franco
Era menina em gestos angelicais
Se tornando mulher em versos sensuais...

As bonecas esquecida no canto
Agora brinco de ser poeta no meu estilo
Em versos de amor profundo
Espalho meus sonhos pelo mundo...

A menina travessa meio moleca
Conserva seu lado infantil
Em versos deixa-se mostrar
A mulher sai do casulo e quer voar...

Nas paginas do diário tranquei a menina
A pureza jogada ao vento
Ensaiando ser poeta declamei
A menina que na mulher encontrei...



QUER FAZER UM ARCO ÍRIS

Pega lápis colorido
Use a sua imaginação
O azul vem à cor do céu
Traz a poesia do teu coração...

Sabe que cores tem sabores
Morango é vermelhinho
Verdinho tem a pera
E as cores das flores
Com cheirinho de passarinho.

Agora é só desenhar
As cores saltam no olhar
E logo o arco íris
Começa a se movimentar...      


Pipocando na panela

Quem quer pipoca?
Pode ser doce ou colorida
Olhem as meninas pulando
Na panela saltitando...

Se o milho é branquinho
Viram noivinhas risonhas
E aquele vermelhinho
São mocinhas moreninhas...

Só precisa ter cuidado
A panela fechar bem
Ou elas vão saltar
Pulando pelo ar...

E começa a dança
Uma pula a outra saltita
E logo viram  batucadas
Todas juntas assanhadas...

As batidas ficam mais fortes
Na tampa querem sair
É um empurra, empurra.
Todas querendo escapulir...

E prontas elas estão
Na vasilha despejadas
Um banho de manteiga
Polvilho de sal
Um queijinho não faz mal...

Guaraná bem geladinho
A garotada sai correndo
Agora é só provar
E no fim se deliciar...




Menino travesso

 Acorda cedinho
Pega o estilingue
Para o mato vai andar
Em busca de passarinho
Para com isso moleque...

Passarinho tem liberdade
Deixa livre não maltrate
Vai brincar com lagartixas
Deixa de tanta maldade...

Dorme mais o dia não foge
Assim os pássaros cantam
E você com sua travessura
Não os espantam...

Menino travesso
A procura dos ninhos
Sobe em árvores
Deixa livre os passarinhos...

Eles são livres podem voar
Assim felizes podem cantar
Não aprisionem os filhotes
Os pais precisam cuidar...



Ler um bom livro

É gostoso e faz bem
A gente entra na história
Viaja no mundo da fantasia
E faz parte da poesia...

Ler faz bem ao espirito
Tem letras nas folhas caídas
Tem frases nas estrelas do céu
Tem até um poeminha com sabor de mel...

Tem palavras vagando na rua
Tem poesia brincando na lua
Tem historias nas ondas do mar
Perdidas a navegar...

Leitura tem sabores
Uva com abacaxi
Morango com framboesa
Tem até laranja misturada com kiwi...

Quem não gosta de ler
O canto do passarinho
Quando desperta gritando
E o dia anunciando...

E o vento quando assobia
Faz aquela sinfonia
Parece a poesia
Vibrando de alegria...








Ser criança é tudo isso


A semana só estudar
Dormir cedo e descansar
Precisamos aprender
Um dia vamos crescer...
Fim de semana que legal
Gangorra, bicicleta
Andar a cavalo
Correr no mato...
 Ficar na cama
Ninguém queria
Para não perder a hora
De fazer estripulia...

O dia raiava abria a janela
Os passarinhos em euforia
Enquanto na varanda comiam
Era aquela cantoria...

De repente um beija flor
Esvoaçante interrompe
A serenata cantante
De passarinho errante...

 E na maior alegria
Canta bebe água
Bate asas
Some deixando a nostalgia...







Tati

Uma menina
Que vive na rua
Sai cedinho para vender maçãs
Sem ter escola
Essa é sua vida todas as manhãs...

 Não tem ninguém
Sua casa é na calçada
Sua família as estrelas
Olha e sente-se abraçada...

 Quando a noite chega
Cansada não tem o que comer
Muitos passam olham
Nem um pão para oferecer...

Tati
Nunca roubou
Mas corre da policia
Por medo da repressão
Para a sociedade
Quem mora na rua
É ladrão...

Mas Tati só quer sobreviver
E ganhar um tostão
Quem sabe amanhã
Tenha o que comer...



Menino de rua

Não deixa de ser criança
Só não tem o que comer
Com ânsia de esperança
Vai para o sinal vender...

Ninguém entende sua dor
Fecha o vidro do carrão
Não enxerga aquela criança
Só pensa que é ladrão...

As lágrimas rolam
Tenta na fome viver
Não tem como escapar
É tratado feito cão
Ou que só sabe roubar...

Menino
Sem família
Seu pai é o céu
Sua mãe é a lua
Seu destino viver na rua...



Um casal de caipira


Vai conhecer o mar
Ao ver aquele mundo azul
Começa a gritar!

Ôba!
Chegamos na casa da praia
Corre mulher
Põe o maiô
Passa óleo no corpo
Quero me bronzear...

Quero meu boné
O sol tá rachando
Minha careca ardendo
Não fica ai reclamando...

Correm para a areia
Ali armam a barraca
Tem de tudo que possa imaginar
É só se achegar...

Churrasqueira fumegante
Cerveja gelada
Pão com mortadela
Tem até marmelada...

Os caipiras se fartando
A burguesia passando
Admirados olhando...

O caipira todo prosa pergunta:
Querem amigos
É só chegar e se fartar
Aqui ocês pode sentar..

Vem chegando
A cerveja tá gelada
E a carne tá assando...

Tem pra todo mundo
Pode vim chegando
Num farta nada
Tem arroz na tigela
Na cesta pão com mortadela...










CRIANÇA  DA MARQUISE

O tempo passa
 O sorriso não sabe dar
Leva a vida nas marquises
Um abraço só pode sonhar
Um lar nem param para pensar
Dia da criança!
Nunca se ouviu falar
O tempo passa
E tudo que deseja
Na vida só ver passar
Não recebeu amor
Nem teve um cobertor
O tempo passa
E ele ali ao relento
Só ver o homem que agride
O pai que fugiu
A mãe que morre de fome
Só sabe se lamentar
Passa a vida
Passa o tempo
A esperança de ser criança se vai
O amor que não viveu
Do frio que sofreu
Dos momentos de criança
Só a dor ficou
E sempre surgirão outras crianças
Sofrendo do desamor
Do descaso e do medo
Ou aquelas felizes
Que sabem sorri
E que nunca provou
A dor que nela ficou
Criança da marquise...






O menino Gustavo
Visivelmente apressado
Rondando sobre os pés
Sai gritando pelas ruas
Corram! O circo vem chegando! 
Afobado quer ser o primeiro
Abre a mochila mostra o bilhete que ganhou
Era como exibir um tesouro
Mais valioso que ouro...
Um homem velho fitando-o com curiosidade
Balança a cabeça r e diz
Que linda essa sua felicidade...
E saia o menino Gustavo
Os pés rodopiando
Os olhos nas estrelas
E feliz saia  gritando...
O circo chegou! ...


Criança

Tem direito
De explorar livros
Sentar em cima
Morder  na capa
Escutar historia
Sentada no sofá
Deitada na cama
No lugar que desejar
Largada no chão
Até o piniquinho
Vira diversão....
  

NO REINO DO FAZ DE CONTA

Criança  vive sonhando
Vagalumes e pirilampos
São estrelinhas sapecas
Arco íris fantasiando os campos...

No reino do faz de conta
Tem fadinha brincando
Tem passarinho cantando
E duendes encantando...

Tem balanço no cipó
Aranha tecendo fio
Formiga fazendo castelo
Tem calor e tem frio...

No reino do faz de conta
Não tem fome não tem dor
Tem Deus e tem anjinhos
Aqui só se fala em amor,,,






Era uma vez

A reunião da bicharada
Um gato que adorava chuva
Subiu no telhado
Voltava todo molhado...

Ai encontrava  o rato
Todo descabelado
Que enchia a pança
No lixo da praça...

Enquanto isso
Uma lagartixa
Toda exibida vestia um biquíni
Deita ao sol e se espicha...

No laguinho
O sapo nada quieto
Até uma tartaruga
O espanta dizendo
Sai fora seu rabugento...

E o sapo grita!
Ora sua cascuda
Sou o rei desse lago
E você uma intrometida...

Logo adiante
Um urubu observava
Se bem conhecia a tartaruga
Logo teria banquete
Paciente ele esperava...

E foi o que aconteceu
O sapo se deu mal
Com uma bela mordida
A tartaruga o esganou...

O urubu todo contenete
Cuidou logo de se banquetera
Antes que aparecesse
Alguem querendo ajudar...














poeminhas infantil


DONA MINHOCA 

 Depois da chuvarada
Saiu na praça
Não vestiu a capa
Ficou encharcada...

Tremeu de frio
Na rua fazia buraco
Queria cavar
Mas era asfalto...

E a pobre da minhoca
Ficou machucada
De tanta escavada...

Já meio tontinha
Resolveu dormir
Agasalhou-se
Apressadinha...

Enfiou-se
Embaixo do lixo
Ficou a coitadinha
Num canto da pracinha...

O lixeiro sem saber
Recolheu tudo
A pobre da minhoca
Dormindo a roncar     
Sem saber onde irá parar...

DONA GANSA VAI AO PARQUE

Era dia de festa na praça
A gansa coitada
Foi subir no balanço
Escorregou caiu no banco...

Foi uma folia
Todos deram gargalhadas
Quem iria ter pena
De uma gansa pequena...

Dona gansa era sozinha
Nem namorado tinha
Enfeitava-se se perfumava
Mas ninguém lhe olhava...

E dona gansa coitada
Fica a espera na janela
De arranjar um marido
E assim não ser donzela...



BEM NO MEIO DA FLORESTA

A bicharada enlouqueceu
O macaco com seu tambor
Grita que é cantor
E a cigarra coitada
Canta toda desanimada...

E a bicharada se aproximando
Começam logo ensaiando
A macaca chega mancando
E todos ficam falando...

Na orquestra da floresta
A zebra ensaiar
Vestiu um vestido listrado
E começa a ordenar...

Logo chega o elefante com seu trombone
O jacaré enfezado  tocando sua flauta
Um bando de passarinhos
Tocando seus cavaquinhos...

Engraçado foi o urso tocando seu violão
A marchinha vinha atrás era só  animação
A foca com seu bigodão
Abria seu vozeirão...



Camundongo folgado

 Esse bichinho humilde
Com olhos esbugalhados
Ri mostra os dentes
Se acha todo contente...

Ajeita-se na varanda
Pula se sacode
Coloca a cabeça pra fora
Olha assustado
Meio impaciente
Com medo que venha gente...

Remexe no lixo
Encontra pão mortadela
Queijo
Até farelos de bolo
Deu uma cambalhota
Aquilo não era um lanche
Era um banquete inteiro...

Olha de lado, olha do outro.
Nem sabe se saboreia
Ou se engole a própria ansiedade
Tamanha era a sua vontade...
Empanturrado
Adormece fora do buraco
Camundongo folgado...



COITADA DA TARTARUGA

Velha enrugada
Acha-se mocinha
E se alguém duvidar
Causa-lhe uma briga
Daquelas de acabar...

Mas que idade ela tem
O corpo de carapaça
O pescoço cheio de ruga
Deve ter quase cem...

As pernas verruguentas
Quem olha não se aguenta
Essa velha tartaruga
Só se lamenta...

De velha anda se arrastando
Uma lesma anda mais rápido
Numa corrida até o caracol
Sai na frente ai que dó....



CORRIDA DOS SAPOS

Os sapos se reuniram
Para a corrida esperada
Todos com seus uniformes
Esperando o sinal de largada...

 As roupas eram bem engraçadas
O mais velho gordo e barrigudo
Vestia um macacão listrado
Com o olho esbugalhado...

Tinha sapo de todo canto
A bicharada gargalhava
Os sapos gritavam
Os esquilos só olhavam...

E saem em disparada
Ao redor a multidão gritava
Começa a competição
E a corrida continuava...

Sempre tem um espertinho
O sapo de roupa listrada
Sem vergonha como é
Foi por outra estrada...

La o vem afobado
E o resto onde se enfiou
Gritava a multidão
Sem entender a razão...

E logo chega os outros sapos
Vendo a safadeza quer mesmo se vingar
Pega o sapo pelas pernas
E começam a gritar!

Vamos jogar esse malandro no poço
De lá ele não mais vai sair
E o sapo chorando implorava
Deixo o lago pra vocês e vou de vez sumir...
                                                                                  
E assim ficou decidido
O sapo espertalhão
Sumiria da região
Ou acabaria expulso do ribeirão..








CALANGO APRESSADO

Acorda já atrasado
Quer chegar ao lugar marcado
Corre, corre
Perde o trem
Atravessa a rua
Não olha de lado
É atropelado...

Saiu de casa correndo
Nem se viu no espelho
Um pé sandália rasteira
O outro sapato vermelho...

Com toda essa pressa
Levanta sacode a poeira
Engole o choro
Olha de um lado e do outro
E sai na carreira...









CERTA VEZ

Três amigas baratas
Uma solteirona
Que só queria casar
Mas era muito comilona...

A outra desengonçada
Só gostava de rezar
Casar era pecado
Nem pensar...

E tinha a Mafalda
Metida e orgulhosa
Quem quisesse sua pata
Tinha que ter ouro e prata...

E assim as três amigas
Viviam levando a vida
Uma envergonhada
A outra metida e debochada
E a outra encalhada...





COELHINHOS


Vejam que euforia acordaram esses coelhinhos
Andam todos apressadinhos
Nem sabem onde querem chegar
 Orelhudos e barrigudinhos...

 Os coelhinhos esfomeados
Comem tudo com sabor
Capim vira sorvete
Cenoura o seu banquete...

Sabe que as orelhinhas compridas
É que o coelho é  inteligente
Tem dois dentões afinadinhos
E os pelos todos branquinhos...

Olhando o céu até penso
Que vieram lá das nuvens
Saltitando assim contente
Indo para traz e para frente...

E a páscoa chegando
Os coelhinhos ficam felizes
Sai da toca vai a horta
Colhe cenoura se empanturra
E barriguinha se estufa...

E os coelhinhos invadiram
As crianças gritam e pulam
Tragam logo meus ovinhos
Eu quero bem gostosinho...







CADA UM NO SEU LUGAR


Tem porquinho no chiqueiro
Gritando o dia inteiro
Tem cachorro latindo
E gato se exibindo...

Tem morcegos voando
Passarinhos cantando
Borboleta esvoaçando
E criança brincando...

Um vira lata preguiçoso
Dormindo na calçada
Uma girafa esquisita
Esticando o pescoço...

Tem um peru meio tonto
Rodando feito pião
Fazendo roda na rua
Se exibindo para a perua...

E assim se encontram na praça
Um cachorro vira lata dizendo que era de raça
Um com cara de bravo só sabe morder o rabo
Com  ataque de pulga e de carrapato...    



 DANÇA NA HORTA

Uma a uma elas desfilam
No meio da noite um alvoroço
Na manha ficam quietinhas
Meninas assentadinhas...

E começa a beterraba
Toda vestida de roxo
Laçarote vermelho
Preso no cabelo...

E vem o repolho
Saia de babado
Sandália de salto
Cabelo trançado...

O tomate envergonhado
Chega todo vermelho
De boca carnuda
Olhar profundo
Se olhando no espelho...

E logo vem a moçada
Agitando a garotada
Cenoura toda loira
E o nabo todo atrapalhado...

O quiabo
Magrelo
Chega correndo
Nem calça o chinelo...

O pimentão coitado
Traz na mão uma flor
Dizendo ser mais bonito
E que é o vencedor...



Dedé

O ratinho está doente
Morrendo de dor de dente
O remédio era arrancar
Mas o ratinho
Não parava de chorar...


O gato todo maldoso
Começava a desdenhar
O ratinho medrosinho
Banguelinha  vai ficar...

O ratinho gemia, gemia.
Quanto mais o gato miava
O seu dentinho doía
Numa verdadeira agonia...

Rói aquele sapato velho
De tão duro que é
O teu dente vai se soltar
Assim cantava o sabiá...

O cachorro sempre amigo
Achou logo a solução
Vou amarrar esse dente
Na ponta de um cordão...

O ratinho tremia de medo
O dente não parava de doer
Ou deixava o cachorro ajudar
Ou continuava a sofrer...

E assim fez o amigo
Amarrou, esticou – e bum!
O dentinho malvado
Foi parar no telhado...



DONA ARANHA

Estava toda metida
Se arrumando para sair
Sentiu dor nos pés
Mas não quis desistir...

Era um calçar de sapato
Um folgado
Outro apertado...

Calçava um de salto
O outro esquecia
E ai saia mancando
Na maior agonia...

A aranha reclamava
Queria ganhar o concurso
Mas como iria andar
Mancava-se para danar...

No fim arrancou todos
Sem sapatos resolveu ficar
Calçou meias colocou tamanco
Só queria mesmo ganhar...

Dona aranha é mesmo engraçada
Quem votaria nela assim
Toda descabelada
Sem sapatos de cetim...




A DISPUTA NA FLORESTA


O leão era o professor
O elefante doutor
O veado era advogado
Tinha até governador...

O bode era o secretário
A perua diretora
E assim era a disputa
Quem mandava na prefeitura...

O prefeito era a tartaruga
De molenga nada fazia
Quem mandava era a cotovia
O prefeito nada sabia...

O dono da cidade era o macaco
Sempre era o mais esperto
Dona zebra e o coelho
não saiam do espelho...





DOIS MACAQUINHOS

Metidos a espertinhos
Fogem da mamãezinha
Vem aqui dizer bom dia
Os dois abraçadinhos...

Bom dia meninada
Um abraço ao bem-te-vi
Beijinhos aos passarinhos
Que dormem em seus ninhos...

E vocês criançada
O nosso abracinho
Bem apertadinho
Com todo nosso carinho...

Aqui vamos voltar
Bem depressa e escondidinho
Antes que a mamãe
Faça-nos de picadinhos...









DENTUÇO

Um esquilo
Todo metido
Acordou se espreguiçou
Escovou os dentes
Um coquinho devorou...

Numa gota de água
A mão lavou
Saltitou, saltitou
Outro esquilo encontrou...

O esquilo é mesmo engraçado
Era o dia despertar
Na palmeira ele subia
Para coquinhos devorar...

Dona Julieta

   Apressada vai a feira
De tudo um pouco vai comprar
Laranja, melancia
Abacate e maracujá...

Compra abacaxi , tangerina
Banana bem madurinha
 Morango melão e limão
Não se esquece do mamão...

Para a salada de frutas
Falta manga e maçã
Uva goiaba e melancia
O que faltar
Na feira ela vai voltar...

Legumes e verduras
Também tem que levar
Tomate, berinjela
Até cravo e canela...





Dona Zefa

Mora no pé da serra
Cria galinha  porco e ovelha
Cria uma vaca mocha
Coitadinha sem a orelha,,,

A velha tem uma horta
Acorda cedinho para colher
Tomate madurinho
Pimenta para escolher...

Tem folhas verdes viçosas
Tem jiló tem berinjela
A beterraba vermelhinha
A cenoura laranjinha...

Tem de 5tudo na horta da Zefa
Tem até quiabo de metro
Pimentão amarelo vermelho e verde
Tem couve e rabanete...

E dona Zefa cuida da terra
E planta com perfeição
Lá na horta tem de tudo
Para uma bela refeição...




ERA UMA VEZ...

Numa casa velha assombrada
Umas sapecas bruxinhas
Voavam  sobre o jardim
Assombrando  as criancinhas...

Não faziam maldades
Só queriam brincar
Uma vez que as bruxinhas
Eram umas menininhas...

No caldeirão escaldante
Gritava a bruxinha faceira
Joguem sapos e beija flor
O feitiço do amor...

E as nuvens lá no céu
Logo ficaram pesadas
E uma chuva forte
Caiu em disparada...

As bruxinhas que não são tolas
Correram a se abrigarem
Era hora das menininhas
Nas suas caminhas ficarem...










FULECO E O NOVELO


Vovó Maricota
Na cadeira de balanço
Tricotando
E o gato bagunçando...

No cesto os novelos de lã
Bem embaixo da mesinha
A vovó tricotava
E nem via o que o gato aprontava...

Esse  gato Fuleco
Que parece um moleque
Pega os novelos
Embola e se enrola...

Acha graça
Pega o verde
Corre faz aquela bagunça
Fica todo atrapalhado...

E ai as outras cores
Uma a uma se desenrolam
 No gato malandrinho
Elas se enroscam...

E agora
Coitada da vó Maricota
Sua lã se perdeu
Mas o danado do gato
Todo enrolado
Começa a miar
Querendo se soltar...


GRILO ATRAPALHADO

Pula daqui pula dali
Foge do gato
Entra no sapato...

Olha desconfiado
Sai de mansinho
E canta invadindo
O sono do gato dormindo...

E ai foi àquela confusão
O gato ficou irado
O que achou destruiu
Queria acabar com o grilo
Mas o espertinho fugiu...

E bem longe ele voltou
A sua chata cantoria
Adeus o sono do gato
Que sentado esperava
Enquanto o dia raiva...

Ai sim ele poderia dormir
Tranquilo sem ser abusado
Pois grilo dorme no dia
A noite faz sua cantoria...

Mas o gato estava decidido
Se aquele grilo ele pegar
Tenho pena do coitadinho
Vai lhe fazer picadinho.






Hoje tem
Festança no terreiro
Os convidados chegando
vai ser animação o dia inteiro
Todos  animados cantando...

E logo chega o galo afobado
Fazendo aquela confusão
Os outros começaram a perguntar
O que estava saindo errado?

Para não contrariar o amigo
começaram a confuão
Batendo as asas grita o pavão
minha turma está contigo...

e grita o porco metido
Só como farelo de milho
O pato se achando o bom
Exige comer vegetais
As galinhas cacarejavam
E só reclamavam...

Sem saber o que achavam
O peru subiu na mesa
Deu um grito
Glu... glu... glu...
Fora daqui seus urubus...

O silencio foi total
- Olha aqui seus abelhudos
A festança  é minha
Fica aqui quem desejar
Ou podem se retirar...

O banquete está servido
Gostou comeu
Não gostou azar o seu.

Ninguém falava mais nada
A comida  foi devorada
E assim a festança do terreiro
Foi até a madrugada...






JACARÉ PÉ DE CHULÉ

Parado na beira do lago
Só sabia reclamar
A falta de dona  Jacaroa
Com quem queria se casar...


 Num canto os peixes disputavam
Para ver quem se salvava
Da cara feia do jacaré
O furioso pé de chulé...


O sapo com medo da cara feia
Resolveu ir perguntar
Por que fica ai parado
Com cara de mal humorado?

Melhor me deixar em paz
Não venha me aperrear
Se assanhar minha fome
É você que vou devorar...

O sapo que bobo não é
Esbugalhou os olhos
Apressou os passos no pulo
Melhor fugir e dar no pé
Ou ser devorado pelo jacaré
O temido pé de chulé...











LUTA DO SAPO

Na doida correria
As águas tropeçam
Em troncos e pedras
E o sapo naquela agonia...

Malditas rajadas de vento
Que encapelam as águas
E o sapo chorava e nadava
Perdeu-se da sua namorada...

O pobre lutava dava braçadas
Perdia o folego desesperava
Mais distante ficava...

A noite não tardaria a chegar
De tanto chorar e sem forças
Deixou à correnteza lhe levar...

O resto conto depois...

















FALSO GALO

Zeferino cantava de galo
Fingia ser dono
De todo galinheiro
Imagine se esse galo
 Tivesse dinheiro...

Mesmo pobre
Cantava alto
Mas era falso
A crista de Zeferino
Era postiço seu penacho...

Fala de galo
Canto faceiro
Era mesmo um falsário
Nada mais que um pato
Se fingindo de galo...

Zeferino não tem jeito
Tem todos os defeitos
Mas as galinhas assanhadas
Acham-se enamoradas...

E Zeferino que bobo ele não é
Acorda cedinho sobe no poleiro
Canta   quá,  quá,  quá
Enche-se de ousadia se fazendo de fazendeiro...

Na falta de um galo de respeito
Até o pato se faz coronel
Vem dar uma olhada
O pato e a galinha
É mesmo palhaçada...








FALSO GALO

Zeferino cantava de galo
Fingia ser dono
De todo galinheiro
Imagine se esse galo
 Tivesse dinheiro...

Mesmo pobre
Cantava alto
Mas era falso
A crista de Zeferino
Era postiço seu penacho...

Fala de galo
Canto faceiro
Era mesmo um falsário
Nada mais que um pato
Se fingindo de galo...

Zeferino não tem jeito
Tem todos os defeitos
Mas as galinhas assanhadas
Acham-se enamoradas...

E Zeferino que bobo ele não é
Acorda cedinho sobe no poleiro
Canta   quá,  quá,  quá
Enche-se de ousadia se fazendo de fazendeiro...

Na falta de um galo de respeito
Até o pato se faz coronel
Vem dar uma olhada
O pato e a galinha
É mesmo palhaçada...













poesias variadas



















 DANÇA NA HORTA

Uma a uma elas desfilam
No meio da noite um alvoroço
Na manha ficam quietinhas
Meninas assentadinhas...
E começa a beterraba
Toda vestida de roxo
Laçarote vermelho
Preso no cabelo...

E vem o repolho
Saia de babado
Sandália de salto
Cabelo trançado...
O tomate envergonhado
Chega todo vermelho
De boca carnuda
Olhar profundo
Se olhando no espelho...
E logo vem a moçada
Agitando a garotada
Cenoura toda loira
E o nabo todo atrapalhado...

O quiabo
Magrelo
Chega correndo
Nem calça o chinelo...
O pimentão coitado
Traz na mão uma flor
Dizendo ser mais bonito
E que é o vencedor..

A pequena joaninha

 Sobe na flor
Bate palminhas
É tão engraçadinha
A pequena joaninha...
Antenas empinadas
Ela calça sapatilhas
Dança até balé
Fica na ponta do pé...
A menina joaninha
É muito vaidosa
Só dorme entre as rosas
Assim acorda cheirosa...


AS GALINHAS E A COBRA

Gritam as galinhas assombradas
Quem tem medo de cobras
Aquela moça pintada
Que rasteja com elegância
Parece até envergonhada?
A que chamam de jararaca
Comprida desengonçada
Quando as galinhas ciscam
Ela aparece e todas gritam...
Có, có , ricó....
Corram, corram!
Lá vem a serpente
Ou voam rápido
Ou ela devora a gente...
Corram!
É uma gritaria maluca
Galinhas voando
Pintinhos gritando
Galos enfrentando
Enquanto a cobra
Vai se aproximando...
O final conto depois...




PERNILONGOS

Fazem a festa
Aquele zumbido
Ao pé do ouvido...

Quer ver o pernilongo
Fazer serenata
Durma de luz apagada
Ai é aquela zuada...

Zum zum zum
Pica daqui pica dali
É palma a noite toda
Nem respeitam o ar
Só pensam em sugar...

A noite toda é uma agonia
Uma coisinha minúscula
Essa bicha  atrapalhada
Que invade a madrugada...

O dia desperta ela some
Feito vento no tempo
Com pressa ninguém encontra
À noite voltam com tudo
Para outra vez batucar...

Irá Rodrigues

A GALINHA VAIDOSA...

Uma galinha dorminhoca
Dorme e ronca a tarde inteira
E a noite só faz besteira...
E logo o dia amanhece
Ela acorda sai gritando
Sacode a bela peruca
E vai ela ciscando...
Essa galinha assanhada
Desfila pelo galinheiro
Chama atenção do galo
Depois sai no terreiro...
E grita ao mundo inteiro
Eu sou a mais bela galinha
Ai de quem duvidar
Comigo vai se acertar...












As abelhinhas
Eram cinco abelhinhas
Uma foi sugar as flores
As outras escorregavam
Num arco íris de cores...
Acorda o dia
E todas saem para trabalhar
Uma a uma vai fugindo
E nada de mel fabricar...
Uma brinca nas flores
A outra escorrega nas folhas
Só as duas trabalham, trabalham.
À noite voltam cansadas
E dormem relaxadas...
































O palhaço grita assim

Vamos meninada
Tabuada aprender
Um, dois, três, quatro.
Não podem esquecer...

Quem acerta vai ganhar
Um pacote de biscoito
E agora vamos lá
Cinco, seis, sete oito...

E assim sai o palhaço a contar
Vem os dez depois o onze
Tem sorvete e brigadeiro
Quem perder bate pandeiro...



O RATINHO ESPERTO

Sem vergonha esse ratinho
Pula daqui pula dali
Entrega flores
Para Lili...

Amigo sempre ele tinha
Sua vida era pular e pular
No galho se pendurar...

Eram tantas as travessuras
Espertinho como era
Andava na esteira
Nunca caia na ratoeira...






Olhem

Uma cadela mimada
Inventa de ser amiga
De uma rata metida
E uma pulga atrevida...

E na rua a passear
Encontram uma folia
Chegava o circo
Trazendo alegria...

Palhaços coloridos
Gritavam se exibindo
A cadela acompanhava
Junto da bicharada...

Nas costas levava a rata
Que cuidou de colocar
A pulga metida
Para não atrapalhar...



O macaco

Convida a bicharada
Vai ter folia na floresta
Cada um tem que trazer
Alegria para fazer a festa...

De todo lado vem surgindo
Coelho orelhudo
Com calça de veludo...

Sapos espertinhos
Uns verdes listrados
Outros amarelados
De olhos esbugalhados...

A cobra serpenteando
Para em frente do espelho
E fica se perfumando...

O guaxinim todo garboso
Exibindo o belo pelo
Cabeleira arrumada
De braços com a namorada...

E cada hora que passa
A bicharada vai chegando
Depois falo dos outros
Agora vou me sentando...



O camaleão

Colocou sua cartola
Pegou a bengala de prata
Foi assistir a um jogo de bola...

No meio da goleada
Uma mosquinha arteira
Acha de pousar
 Bem na sua cadeira...

O camaleão que bobo não é
Esticou a língua
E lá se foi à mosquinha
Servida como banquete...

Com a pança farta
Arregala os olhos
E fica gritando
 O Jogo  terminado
O camaleão se achando...


Os três ratinhos
 

Um se chamava João
Espertalhão
Corria na padaria
Roubava migalhas de pão...

O João era mesmo espertinho
Chegava bem de mansinho
Trazia flores
Á namorada do Luizinho...

Luizinho todo bobinho
Achava engraçadinho
Quando João andava
Paquerando sua namorada...

ria do namorado
Todo abobalhado
Via tudo não ligava
Se João lhe paquerava...

Mas um dia Luizinho
Chegou de mansinho
Tomando coragem pensou
Amizade com João acabou...

Assustado João ficou
Foi chegando pertinho
Duas lagrimas rolaram
E os dois se abraçaram...

João ficou triste
E disse chorando
Não vou mais te trair
Jurou implorando...

Luizinho riu contente
Camarada meu amigão
Viveremos os três felizes
Eu você e Mariquinha
Nossa namoradinha...
Mas casar isso só eu!                         






Era uma vez

Dois gatinhos abandonados
Um deles se lamentava
Dizendo que era um vira latas
E por isso ninguém o amava...

O outro tristonho dizia ser preto
E diziam trazer azar
Por esse motivo pegaram
E na rua jogaram...
   
E assim os dois se lamentavam
O que mais eu desejo
Era um leite quentinho
Dizia o gato pretinho...

Eu queria ser um gato guerreiro
Daqueles que mete medo
Não esse gato bobinho
Que sai abanando o rabinho...
O LIVRO

Mariazinha gosta tanto de livros
Que para ela o livro está em todo lugar
Seu amigo inseparável
Sem ele não pode ficar...

 Tem os livros da sala de aula
Aquele que guarda em casa
Esses são de historinhas
Onde ela lê e viaja nas letrinhas...

Mariazinha costumava dizer
Que livros tem cheiro gostoso
Tem aroma e tem sabores
Cheiro de brisa, cheiro de flores...

As frases ganham vida flutuam
Parece que anda e fala coisa boa
O livro didático ou de histórinha
Até o livro de receitas de cozinha...



Quando

A galinha acorda feliz
Vai chegando
Diz bom dia
E sai cantando...

Encontra o ganso
Vira as costas
Com ele
Não quer prosa...

E lá vem a ovelha
É só ver a galinha
Deita-se
E deixa que lhe coce
A orelha...


Passa o pavão
A galinha grita
Bom dia!
Seu metido grandalhão...

E assim fica a galinha
Acorda feliz
E diz bom dia...






Sinal fechado

Humilde pede um trocado
Sempre não
Vidro fechado
Olhar desconfiado...

Menino vadio
Sem casa
Sem comida
Dorme no chão
No meio da multidão...

Tanta gente
Ninguém lhe estende a mão
Nem um trocado
Nem um pão...

Seu nome é José
Mas pivete é chamado
Vive vagando tapeando a fome
Com restos de lixo...

Imagina se deliciando
Com pastel coca cola
Sanduiche de mortadela
Bolo de chocolate
Até hambúrguer
Ele finge que é...

E assim vive pivete
Sua realidade
Fuga
Necessidade
Incompreensão
Só quero um pedaço de pão...

Menino sem culpa
Sem oportunidade
Solidão
Marginalização
Grito na noite
Só acusação...

Sociedade
Hipocrisia
Vergonha
É minha nação
Sou apenas um garoto
Preciso de proteção... 


SÓ ILUSÃO...
Não sei meu nome
Pai, mãe irmão.
Isso  eu não tenho não
Chamam-me de moleque
Aceito... Reclamo não...

Um dia parei em frente a uma loja
Fiquei imaginando
Vestindo uma roupa um sapato
Ganhando um brinquedo
Até usado servia
Para me fazer companhia...

Mais uma vez fui expulso
Sentei no meio fio
Cansado de ser humilhado
Queria um dia ser valorizado...

Quero tão pouco
Quero um lar
Uma roupa
Um sapato
Um brinquedo velho
E um pouco de amor...
A mim
Só resta a dor...    






































Brisa vadia


Parecia menina envergonhada
Chegou mansinha
Fez rodopio
E levou minha sombrinha...

Fez-se poderosa
Virou vento sacudiu
Rolou, rolou
E depois sumiu...

Brisa que vem do mar
Que perde o caminho
Faz redemoinho...

Vem aqui trazer de volta
Onde deixou minha  sombrinha
A chuva está chegando
Eu aqui me molhando...

Brisa vadia
Salva minha poesia...



BARATA TORTA...

Sai na rua uma barata torta
Se não segura a água carrega
Pisa em falso escorrega...
De guarda chuva furado
Pinga, pinga
A barata toda molhada
Sai pela rua enlameada...
E lá vai a barata torta
A água escorre
Nem liga se molha
Só pensa na roupa nova...









A cobra e o rato
Moravam no mesmo buraco nunca se entendia e a cobra por mais que sentisse vontade de comer lembrava de que o conhecia desde muito pequenino ainda vermelhinho sem pelo. Mas volta e meia os dois estavam brigando, depois de dias sem se falarem resolveram fazer as pazes, pois iria ter uma festa na floresta e melhor serem amigos que inimigos.
Não quero mais brigar com você seu orelhudo metido. -disse a cobra.
A floresta é linda vivemos aqui no mesmo buraco é tolice ficar brigando o tempo todo melhor ser amigos...
Eu também fico cansado toda vez que você ameaça me comer... Disse o rato.
Prometo, mas tem tantos por ai iguais a você  como vou saber?
É muito fácil sempre que encontrar outro rato por ai diga a palavra chave assim se não souber responder saberá que não sou eu.
E como vou saber qual palavra chave?- perguntou a cobra desconfiada.
É só perguntar e ai camarada vai para nosso buraco? – se eu te acompanhar saberá. Se sair correndo vai ver que se trata de outro ai amiga é só se deliciar.
Está feito- concluiu a cobra.
Dias depois indo a procura de alimentos a cobra encontra um ratinho dormindo chega perto fica olhando gulosa lambe a língua, esquece a palavra chave e agora ataca ou sai a procura de outro alimento. Sentiu o sabor daquele ratinho gordinho um belo banquete, mas palavra é palavra e não iria devorar seu amigo, regressou triste para seu buraco e morrendo de fome, mas com a lealdade de sua amizade...
Moral da história: a amizade vale muito...






O circo

Gritava o palhaço
Todo animado
Venham viver a magia
No mundo da fantasia...

A plateia completa da criançada
No picadeiro o elefante
Com seu corpo gigante...

No palco o vazio
Todos gritavam
Fazendo estilhaço
Onde está o palhaço?

E todos olharam
De onde vinham as gargalhadas
Lá estava ele pendurado
No trapézio
Estou chegando!

No grande globo da morte
Dois cachorros
Numa motocicleta
  Rodopiavam
Enquanto a criançada
Gritavam...

E no circo tinha de tudo
O leão malabarista
O macaco equilibrista
Até a girafa desengonçada
Dava uma de artista...

A criançada gritava
Quando o magico da cartola tirava
Lenços coloridos em pedaço
Amarrava um ao outro
E lá surgia o palhaço...


O sapo encalhado

Botou a botina
Perfumou-se
E foi visitar a noiva
Que o tio lhe arranjou...
Na porta da casa
Da namorada
Lembrou-se da cartola
Saiu em disparada...
Correu, correu
Ficou cansado
Entrou no lago
Adormeceu...

A namorada coitada
Esperou a noite inteira
E o sapo só acordou
No dia seguinte
Com febre e bronquite...



                                                                                                                                    
NO SITIO DE SEU JUCA

É um mundo tão grande
Tem beleza de se admirar
As abelhas fazendo zumbido
Trazendo o mel escondido...

Tem passarinho cantando
Galinha e peru ciscando
Tem até cavalo relinchando
No lago patinhos nadando...

Tem roça e tem horta
Tem milho verde e feijão
Tomate e pimentão
Alface e agrião...

Tem grama tem árvore gigante
Tem um lindo carvalho
E a criançada se balançando no galho...

Tem arco-íris brincando
Nas águas de um riacho
Tem a coruja piando
Tem esquilo pulando...

Não tem rua não tem carro
Só tem o barulho gostoso
Que a natureza oferece
Tem mato verdinho
Tem ninho de passarinho..

Tem cachorro latindo
Tem o canto do vento
Até se atraza o tempo
Tem gente indo e vindo...

Tem cheiro de pão assando
Aqui se esquece a hora
Se senta na varanda
Para ouvir uma prosa..









No sitio do meu avô tem de tudo

Abelhas fazendo zum. Zum
Bem cedinho trazendo o mel
Corre, corre  lá vem o urso
Dizendo eu quero mel...

Esquilo pulando no muro
Formiga cortando a roseira
Galinha ciscando no terreiro
Hoje tem galo matreiro...

Indiazinha cantando feliz
Yasmin flutuando no jardim
Joaninha empinando as asinhas
Karol querendo pegar...


Limonada geladinha
Meninada  lanchando na cozinha
Nada falta no sitio do vovô
O almoço vai ser galinha...



Pula da cama a criançada
Querendo esticar o dia
Rabisca com tinta amarela
Solta pipa faz poesia...

Tatu espiando do buraco
Umbu azedinho no pé
 Vovó traz o café
Xicara enchendo quentinha
Zezinho traz o leite!      



O rei da floresta

Era festa todo dia
O leão se dizia rei
Comandava a bicharada
E ninguém discordava...

A festa era folia
A bicharada toda animava
A fantasia mais engraçada
Um pote de mel ganhava...

O macaco convidava
Pulava de galho em galho
Gritava tão alto
Que toda floresta
Escutava...

 E ninguém ficava de fora
Cada um tinha um trabalho
O pinguim tocava clarim
O baterista era o guaxinim...

O burro metido a besta
Nada fazia só comia
Numa cama de capim
Só sabia dizer sim...

O leão era o mestre
Tudo que queria pedia
Todos corriam e faziam
Ninguém o desobedecia...




O sol nascendo

O galo vai à escola
Mochila nas costas
No pé
As esporas...

Na saída
Encontra a cigarra
Com sua viola
Pedindo esmola...

Saiu cantarolando
Pegou seu violino
Na frente da escola
Cantou um hino...
 Na sua crista
Pousou um grilo
Que entoava uma sinfonia
Atrapalhando
A sua melodia...


Meu amigo cantor

Quem te conhece sabe
Que canta por ser feliz
Que voa aonde quer
É volta quando quiser...

Água fresca não te falta
Ração  não deixo faltar
Mesmo livre ele volta
Para se alimentar...

Meu amigo passarinho
Deus fez para voar
É livre e pode ir
Mas sempre ele quer voltar...




 Mosquinha voadora

Arrebitou suas asinhas
Foi varrer a cozinha
Fingindo-se ser boazinha...

Encontrou um ratinho
No cantinho escondidinho
O bichinho tremia de medo
E chorava o pobrezinho...

A mosquinha num salto
Pousou em suas orelhas
Logo vão te achar
E ao gato vão te dar...

O ratinho implorava
Faz assim comigo não
Sou magrinho e miudinho
Deixa-me aqui escondidinho...

A mosquinha querendo ser boa
Entregaria o bichinho
E ele implorava
Encontre um ratão
Ali tem de montão...

A mosquinha gargalhou
E disse toda orgulhosa
Vão te cozinhar com azeite
E do gato será o banquete...






AS GALINHAS E A COBRA

Gritam as galinhas assombradas
Quem tem medo de cobras
Aquela moça pintada
Que rasteja com elegância
Parece até envergonhada?
A que chamam de jararaca
Comprida desengonçada
Quando as galinhas ciscam
Ela aparece e todas gritam...
Có, có , ricó....
Corram, corram!
Lá vem a serpente
Ou voam rápido
Ou ela devora a gente...
Corram!
É uma gritaria maluca
Galinhas voando
Pintinhos gritando
Galos enfrentando 
Enquanto a cobra
Vai se aproximando...
O final conto depois...

A corrida

Ouve-se o grito da gaivota
Dando inicio a largada
E partem todo em disparada
Em direção à chegada...

 Vamos! Vamos! Seus molengas
Gritava o sapo  na torcida
Incentivando os atletas
Corram a distancia é comprida...

E saíram apressados
A torcida vibrava
Os atletas se atropelavam
Era uma confusão
Ratos, ratinhos e os ratões.

Com elegantes passadas
A ratinha dondoca
Corria toda apressada
Para espanto de todos
Cruza a linha de chegada...

Viva! Viva! A torcida gritava
A dondoca venceu
O ratão perdeu...



AZAR DO CARANGUEJO...

Parece um monstrinho
Com tantas pernas
Todo atrapalhado
Não corre de frente
Só anda de lado...

Bem cedinho sai da toca
É tempo de desovar
Mas o homem
Seu maior predador
Aproveita e zás...

Agarra o monstrinho
E lá vai o pobre
Bate-se rebola
Para dentro da panela...

 Minutos depois
Chega á mesa
Acompanha um escaldado
E a famosa loira gelada...

Azar do caranguejo
Que deu moleza...

A FORMIGA

 Foi andando
Tudo que achava
Na bolsa ia guardando...

E cada vez mais folhas
O vento ia arrastando
E a pobre da formiga
Corria resgatando...

E quanto mais achava
Colocava, colocava
A bolsa ficava pesada
A formiga caiu cansada...

Pensou a formiga:
Quem dera eu tivesse
Um par de asas
Feito aquela cigarra
Assim logo estaria em casa...

Cada vez mais a bolsa pesava
A formiga apavorada
Já era noite fechada
Já não aguentava mais
Dormiu ali mesmo na calçada...

A andorinha

Resolveu fazer sua casinha
Na janela da cozinha
Só não encontrava
Só não queria morar sozinha...

E assim a andorinha
Começou a convidar
Apareceu a lagartixa
Com cara de atrevida...

A andorinha logo disse
Com esse ar convencido
Quem é que vai querer
Morar com vasmicê...

E logo apareceu uma cobra
Se fazendo de boazinha
A andorinha começou a gargalhar
Eu te coloco aqui dentro
E logo vais querer me devorar...

A andorinha continuava
Querendo logo encontrar
Alguém que aceitasse
Com ela ali morar...

Apareceu um galo
Se dizendo cavalheiro
Mas era muito grande
Melhor morar no galinheiro...

E assim a andorinha
Desistiu de procurar
Passarinho assim como ela
Não queria para morar...




A BARATA  FOI AO  BAILE
Colocou fita azul na cabeça
Uma faixa amarela na cintura
Levou um leque para se abanar
Quando começasse a dançar...

Saiu apressada encontrou a formiga
Toda animada com pulseiras coloridas
Era o casamento da lagartixa
E queria ficar bem bonita...

E logo adiante encontram dona aranha
Na sua teia fazendo renda
Não poderia ir dançar
Precisa mesmo era trabalhar...

As duas saem cantarolando
 A centopeia calçou seus sapatinhos
Um vermelho de bolinhas
Outro amarelo com lacinhos...

 E todas bem arrumadas
Foram a festa para dançar
Mas a lagartixa coitada
Pelo noivo foi abandonada...

A noiva inconformada não parava de chorar
O noivo era um moço rico havia perdido o juízo
E com sua irmã havia fugido
O que será da lagartixa com esse prejuízo...















BARATA VAIDOSA


Escreveu um poema
Foi declamar no cinema...

Na saída encontrou o besouro
Que colocou a cartola
Foram juntos abraçados
Como velhos namorados...

A noite estava cansado
Na cama da barata deitou
E foi aquela agonia
Quanto mais ele roncava
A barata se mexia...

A barata que não é boba
Empurrou jogou no chão
O besouro coitadinho
Ficou de cueca na mão...





















Fantasia de criança

A mente é um paraíso
A magia o encanto
Coelhinho de páscoa
Bota ovo colorido...
Papai Noel existe sim
Não importa o que dizem
Ele chega o bom velhinho
Na noite de Natal
Enchendo o sapatinho...
Fantasia de criança
O pequenino se faz grande
Adora criar e se deliciar
Carneirinhos que voam
Nas nuvens remam...
Passarinhos que dormem
Bem ao lado do travesseiro
E desperta bem cedinho
Cantando o dia inteiro...








Festa da bicharada

Os coelhos organizaram
Uma festa na floresta
Convidou a bicharada
Que chegou toda animada...
Borboletas esvoaçavam
Enquanto a musica tocava
E os esquilos dançavam...
O veado chegou sorrateiro
O filhinho correndo atrás
Enquanto a coruja cantava
E o gambá só olhava...
Os vagalumes piscavam
A orquestra já tocava
Temiam o gambá assustar
Com seu cheiro de matar...
O sapo chegava cantando
E começou logo a bailar
Com sua roupa listrada
Queria mesmo arrasar...
E a festa foi assim
Rompendo a madrugada
Comida boa quentão
Todos na maior animação...









GATO ESPERTO

Esconde-se
Olha assustado
Alguma coisa
Ele vai aprontar
Basta esperar...
E logo ele aparece
Espicha os olhos
Olha o leite
Na mesa fica pendurado
Gatinho safado...
Esse gato esperto
Pula
Apronta
Bagunça
Nunca fica quieto
Parece um gatinho
Fofinho
Quietinho
Bem mansinho...
Olha bem essa carinha
Sem vergonha
Safado
Salte ligeiro
Gato arteiro...










HOJE É DIA
 De  brigadeiro
Fazer bagunça
O dia inteiro...
Pegar panela
Fazer pipoca
Ver saltitando
Caindo no chão...
Sentar na sala
Misturar na tigela
Pipoca chocolate
E leite condensado...
Ligar a tevê e ver um filme
De comédia nada melhor
Esquece-se de tudo
Vira criança...
Quando a gente
Ri da bagunça
Come com a mão
Lambuza-se...
Sair correndo
Para não limpar
E nesse barulho todo
Sente um cheirinho gostoso
Que vem da cozinha
E agora que será?
É só correr
E se deliciar
Correr para o quintal
Soltar balão
Deixar a vida de adulto
Ser criança que é legal....


A revolta
Julião um burro velho
Cansado de ser escravo
Trabalhava açoitado
Todo dia castigado...

A velhice ia chegando
Julião enfraquecendo
O dono só maltratava
Nem um carinho lhe dava...

Acordou decidido
A ir embora da fazenda
Sabia tocar e cantar
Se ficar ali morreria
Sem seu sonho realizar...

E sai Julião estrada a fora
Cantarolando feliz
A felicidade existe
É só a gente procurar...

E logo os amigos
Querendo festejar
O gato logo pulou
E começou a cantar...

E outros foram surgindo
Era só numa fazenda passar
E outros a acompanhar
E Julião a se encantar





DONA GANSA VAI AO PARQUE

Era dia de festa na praça
A gansa coitada
Foi subir no balanço
Escorregou caiu no banco...

Foi uma folia
Todos deram gargalhadas
Quem iria ter pena
De uma gansa pequena...

Dona gansa era sozinha
Nem namorado tinha
Enfeitava-se se perfumava
Mas ninguém lhe olhava...

E dona gansa coitada
Fica a espera na janela
De arranjar um marido
E assim não ser donzela...

Floresta

É dia de festa
Chega o urubu
De terno azul...
O leão
Vai tocar violão...
O coelho
Segura o espelho...
Enquanto
A cigarra
Fazia serenata...
O burro apressado
Chega suado...
O pato
Esqueceu-se do sapato...
O galo atrapalhado
Canta desafinado...
Era só animação
Na cantoria
Do gavião...
Enquanto
Um grupo animava
O outro dançava...
A floresta
Toda animada
Foi até a madrugada...





BEM NO MEIO DA FLORESTA

A bicharada enlouqueceu
O macaco com seu tambor
Grita que é cantor
E a cigarra coitada
Canta toda desanimada...

E a bicharada se aproximando
Começam logo ensaiando
A macaca chega mancando
E todos ficam falando...

Na orquestra da floresta
A zebra ensaiar
Vestiu um vestido listrado
E começa a ordenar...

Logo chega o elefante com seu trombone
O jacaré enfezado  tocando sua flauta
Um bando de passarinhos
Tocando seus cavaquinhos...

Engraçado foi o urso tocando seu violão
A marchinha vinha atrás era só  animação
A foca com seu bigodão
Abria seu vozeirão...



Camundongo folgado

 Esse bichinho humilde
Com olhos esbugalhados
Ri mostra os dentes
Se acha todo contente...

Ajeita-se na varanda
Pula se sacode
Coloca a cabeça pra fora
Olha assustado
Meio impaciente
Com medo que venha gente...

Remexe no lixo
Encontra pão mortadela
Queijo
Até farelos de bolo
Deu uma cambalhota
Aquilo não era um lanche
Era um banquete inteiro...

Olha de lado, olha do outro.
Nem sabe se saboreia
Ou se engole a própria ansiedade
Tamanha era a sua vontade...
Empanturrado
Adormece fora do buraco
Camundongo folgado...



COITADA DA TARTARUGA

Velha enrugada
Acha-se mocinha
E se alguém duvidar
Causa-lhe uma briga
Daquelas de acabar...

Mas que idade ela tem
O corpo de carapaça
O pescoço cheio de ruga
Deve ter quase cem...

As pernas verruguentas
Quem olha não se aguenta
Essa velha tartaruga
Só se lamenta...

De velha anda se arrastando
Uma lesma anda mais rápido
Numa corrida até o caracol
Sai na frente ai que dó....



CORRIDA DOS SAPOS

Os sapos se reuniram
Para a corrida esperada
Todos com seus uniformes
Esperando o sinal de largada...

 As roupas eram bem engraçadas
O mais velho gordo e barrigudo
Vestia um macacão listrado
Com o olho esbugalhado...

Tinha sapo de todo canto
A bicharada gargalhava
Os sapos gritavam
Os esquilos só olhavam...

E saem em disparada
Ao redor a multidão gritava
Começa a competição
E a corrida continuava...

Sempre tem um espertinho
O sapo de roupa listrada
Sem vergonha como é
Foi por outra estrada...

La o vem afobado
E o resto onde se enfiou
Gritava a multidão
Sem entender a razão...

E logo chega os outros sapos
Vendo a safadeza quer mesmo se vingar
Pega o sapo pelas pernas
E começam a gritar!

Vamos jogar esse malandro no poço
De lá ele não mais vai sair
E o sapo chorando implorava
Deixo o lago pra vocês e vou de vez sumir...
                                                                                  
E assim ficou decidido
O sapo espertalhão
Sumiria da região
Ou acabaria expulso do ribeirão..








CALANGO APRESSADO

Acorda já atrasado
Quer chegar ao lugar marcado
Corre, corre
Perde o trem
Atravessa a rua
Não olha de lado
É atropelado...

Saiu de casa correndo
Nem se viu no espelho
Um pé sandália rasteira
O outro sapato vermelho...

Com toda essa pressa
Levanta sacode a poeira
Engole o choro
Olha de um lado e do outro
E sai na carreira...









CERTA VEZ

Três amigas baratas
Uma solteirona
Que só queria casar
Mas era muito comilona...

A outra desengonçada
Só gostava de rezar
Casar era pecado
Nem pensar...

E tinha a Mafalda
Metida e orgulhosa
Quem quisesse sua pata
Tinha que ter ouro e prata...

E assim as três amigas
Viviam levando a vida
Uma envergonhada
A outra metida e debochada
E a outra encalhada...





COELHINHOS


Vejam que euforia acordaram esses coelhinhos
Andam todos apressadinhos
Nem sabem onde querem chegar
 Orelhudos e barrigudinhos...

 Os coelhinhos esfomeados
Comem tudo com sabor
Capim vira sorvete
Cenoura o seu banquete...

Sabe que as orelhinhas compridas
É que o coelho é  inteligente
Tem dois dentões afinadinhos
E os pelos todos branquinhos...

Olhando o céu até penso
Que vieram lá das nuvens
Saltitando assim contente
Indo para traz e para frente...

E a páscoa chegando
Os coelhinhos ficam felizes
Sai da toca vai a horta
Colhe cenoura se empanturra
E barriguinha se estufa...

E os coelhinhos invadiram
As crianças gritam e pulam
Tragam logo meus ovinhos
Eu quero bem gostosinho...







CADA UM NO SEU LUGAR


Tem porquinho no chiqueiro
Gritando o dia inteiro
Tem cachorro latindo
E gato se exibindo...

Tem morcegos voando
Passarinhos cantando
Borboleta esvoaçando
E criança brincando...

Um vira lata preguiçoso
Dormindo na calçada
Uma girafa esquisita
Esticando o pescoço...

Tem um peru meio tonto
Rodando feito pião
Fazendo roda na rua
Se exibindo para a perua...

E assim se encontram na praça
Um cachorro vira lata dizendo que era de raça
Um com cara de bravo só sabe morder o rabo
Com  ataque de pulga e de carrapato...    



 DANÇA NA HORTA

Uma a uma elas desfilam
No meio da noite um alvoroço
Na manha ficam quietinhas
Meninas assentadinhas...

E começa a beterraba
Toda vestida de roxo
Laçarote vermelho
Preso no cabelo...

E vem o repolho
Saia de babado
Sandália de salto
Cabelo trançado...

O tomate envergonhado
Chega todo vermelho
De boca carnuda
Olhar profundo
Se olhando no espelho...

E logo vem a moçada
Agitando a garotada
Cenoura toda loira
E o nabo todo atrapalhado...

O quiabo
Magrelo
Chega correndo
Nem calça o chinelo...

O pimentão coitado
Traz na mão uma flor
Dizendo ser mais bonito
E que é o vencedor...










Clovis

É um bode atrevido
Corre com todos
Quem dele se aproxima
Ele corre para cima....

A criançada ao ver o Clovis
Fica logo amedrontada
Aos gritos saem correndo
Lá vem o bode fedorento...

É uma verdadeira folia
É só Clovis surgi
A correria começa
Um pula daqui
Um pula dali...

E Clovis todo empolgado
No meio das cabritas
Defende o seu reinado...





Dona minhoca

 Depois da chuvarada
Saiu na praça
Não vestiu a capa
Ficou encharcada...
Tremeu de frio
Na rua fazia buraco
Queria cavar
Mas era asfalto...
E a pobre da minhoca
Ficou machucada
De tanta escavada...
Já meio tontinha
Resolveu dormir
Agasalhou-se
Apressadinha...
Enfiou-se
Embaixo do lixo
Ficou a coitadinha
Num canto da pracinha...
O lixeiro sem saber
Recolheu tudo
A pobre da minhoca
Dormindo a roncar     
Sem saber onde irá parar...





Quem dera

Que toda criança
Fosse amada
Um simbolo que traz alegria
Que nunca fosse desrespeitada...


Criança meiguice perfumada
Feito um botão de rosa se abrindo
Linda flor nessa vida desamparada
Um ser que para Deus vai surgindo....

Quantas crianças sonham
Ter uma casa e serem amadas
Feito estrelinhas que brilham
Mas vivem desmparadas...

Nesse tão lindo universo
Trazendo a beleza de um beija-flor
Que na leveza bate asas no verso
Descrevendo  poesia do amor....





A formiga  Zazá

Saiu do formigueiro
Falou que a abelha mentiu
Que não saiu o dia inteiro
Isso ela não viu...


A abelhinha Gigi
Abriu as asinhas gritou
Venha cá dizer pra mim
Que a folha você não pegou....

Logo, logo apareceu
A lagartixa toda faceira
Eu vi a quem você deu
Sua formiga fofoqueira...

A abelhinha bondosa
Prefiro que sai ligeira
Só não quero muita prosa
Com formiga traiçoeira...

A formiga abixou a cabeça
Não queria confusão
Mas disso não se esqueça
Nunc usei de traição...