segunda-feira, 16 de março de 2015
poesias variadas
DANÇA NA HORTA
Uma a uma elas desfilam
No meio da noite um alvoroço
Na manha ficam quietinhas
Meninas assentadinhas...
E começa a beterraba
Toda vestida de roxo
Laçarote vermelho
Preso no cabelo...
E vem o repolho
Saia de babado
Sandália de salto
Cabelo trançado...
O tomate envergonhado
Chega todo vermelho
De boca carnuda
Olhar profundo
Se olhando no espelho...
E logo vem a moçada
Agitando a garotada
Cenoura toda loira
E o nabo todo atrapalhado...
O quiabo
Magrelo
Chega correndo
Nem calça o chinelo...
O pimentão coitado
Traz na mão uma flor
Dizendo ser mais bonito
E que é o vencedor..
A pequena joaninha
Sobe na flor
Bate palminhas
É tão engraçadinha
A pequena joaninha...
Antenas empinadas
Ela calça sapatilhas
Dança até balé
Fica na ponta do pé...
A menina joaninha
É muito vaidosa
Só dorme entre as rosas
Assim acorda cheirosa...
AS GALINHAS E A COBRA
Gritam as galinhas assombradas
Quem tem medo de cobras
Aquela moça pintada
Que rasteja com elegância
Parece até envergonhada?
A que chamam de jararaca
Comprida desengonçada
Quando as galinhas ciscam
Ela aparece e todas gritam...
Có, có , ricó....
Corram, corram!
Lá vem a serpente
Ou voam rápido
Ou ela devora a gente...
Corram!
É uma gritaria maluca
Galinhas voando
Pintinhos gritando
Galos enfrentando
Enquanto a cobra
Vai se aproximando...
O final conto depois...
PERNILONGOS
Fazem a festa
Aquele zumbido
Ao pé do ouvido...
Quer ver o pernilongo
Fazer serenata
Durma de luz apagada
Ai é aquela zuada...
Zum zum zum
Pica daqui pica dali
É palma a noite toda
Nem respeitam o ar
Só pensam em sugar...
A noite toda é uma agonia
Uma coisinha minúscula
Essa bicha atrapalhada
Que invade a madrugada...
O dia desperta ela some
Feito vento no tempo
Com pressa ninguém encontra
À noite voltam com tudo
Para outra vez batucar...
Irá Rodrigues
A GALINHA VAIDOSA...
Uma galinha dorminhoca
Dorme e ronca a tarde inteira
E a noite só faz besteira...
E logo o dia amanhece
Ela acorda sai gritando
Sacode a bela peruca
E vai ela ciscando...
Essa galinha assanhada
Desfila pelo galinheiro
Chama atenção do galo
Depois sai no terreiro...
E grita ao mundo inteiro
Eu sou a mais bela galinha
Ai de quem duvidar
Comigo vai se acertar...
As abelhinhas
Eram cinco abelhinhas
Uma foi sugar as flores
As outras escorregavam
Num arco íris de cores...
Acorda o dia
E todas saem para trabalhar
Uma a uma vai fugindo
E nada de mel fabricar...
Uma brinca nas flores
A outra escorrega nas folhas
Só as duas trabalham, trabalham.
À noite voltam cansadas
E dormem relaxadas...
O palhaço grita assim
Vamos meninada
Tabuada aprender
Um, dois, três, quatro.
Não podem esquecer...
Quem acerta vai ganhar
Um pacote de biscoito
E agora vamos lá
Cinco, seis, sete oito...
E assim sai o palhaço a contar
Vem os dez depois o onze
Tem sorvete e brigadeiro
Quem perder bate pandeiro...
O RATINHO ESPERTO
Sem vergonha esse ratinho
Pula daqui pula dali
Entrega flores
Para Lili...
Amigo sempre ele tinha
Sua vida era pular e pular
No galho se pendurar...
Eram tantas as travessuras
Espertinho como era
Andava na esteira
Nunca caia na ratoeira...
Olhem
Uma cadela mimada
Inventa de ser amiga
De uma rata metida
E uma pulga atrevida...
E na rua a passear
Encontram uma folia
Chegava o circo
Trazendo alegria...
Palhaços coloridos
Gritavam se exibindo
A cadela acompanhava
Junto da bicharada...
Nas costas levava a rata
Que cuidou de colocar
A pulga metida
Para não atrapalhar...
O macaco
Convida a bicharada
Vai ter folia na floresta
Cada um tem que trazer
Alegria para fazer a festa...
De todo lado vem surgindo
Coelho orelhudo
Com calça de veludo...
Sapos espertinhos
Uns verdes listrados
Outros amarelados
De olhos esbugalhados...
A cobra serpenteando
Para em frente do espelho
E fica se perfumando...
O guaxinim todo garboso
Exibindo o belo pelo
Cabeleira arrumada
De braços com a namorada...
E cada hora que passa
A bicharada vai chegando
Depois falo dos outros
Agora vou me sentando...
O camaleão
Colocou sua cartola
Pegou a bengala de prata
Foi assistir a um jogo de bola...
No meio da goleada
Uma mosquinha arteira
Acha de pousar
Bem na sua cadeira...
O camaleão que bobo não é
Esticou a língua
E lá se foi à mosquinha
Servida como banquete...
Com a pança farta
Arregala os olhos
E fica gritando
O Jogo terminado
O camaleão se achando...
Os três ratinhos
Um se chamava João
Espertalhão
Corria na padaria
Roubava migalhas de pão...
O João era mesmo espertinho
Chegava bem de mansinho
Trazia flores
Á namorada do Luizinho...
Luizinho todo bobinho
Achava engraçadinho
Quando João andava
Paquerando sua namorada...
ria do namorado
Todo abobalhado
Via tudo não ligava
Se João lhe paquerava...
Mas um dia Luizinho
Chegou de mansinho
Tomando coragem pensou
Amizade com João acabou...
Assustado João ficou
Foi chegando pertinho
Duas lagrimas rolaram
E os dois se abraçaram...
João ficou triste
E disse chorando
Não vou mais te trair
Jurou implorando...
Luizinho riu contente
Camarada meu amigão
Viveremos os três felizes
Eu você e Mariquinha
Nossa namoradinha...
Mas casar isso só eu!
Era uma vez
Dois gatinhos abandonados
Um deles se lamentava
Dizendo que era um vira latas
E por isso ninguém o amava...
O outro tristonho dizia ser preto
E diziam trazer azar
Por esse motivo pegaram
E na rua jogaram...
E assim os dois se lamentavam
O que mais eu desejo
Era um leite quentinho
Dizia o gato pretinho...
Eu queria ser um gato guerreiro
Daqueles que mete medo
Não esse gato bobinho
Que sai abanando o rabinho...
O LIVRO
Mariazinha gosta tanto de livros
Que para ela o livro está em todo lugar
Seu amigo inseparável
Sem ele não pode ficar...
Tem os livros da sala de aula
Aquele que guarda em casa
Esses são de historinhas
Onde ela lê e viaja nas letrinhas...
Mariazinha costumava dizer
Que livros tem cheiro gostoso
Tem aroma e tem sabores
Cheiro de brisa, cheiro de flores...
As frases ganham vida flutuam
Parece que anda e fala coisa boa
O livro didático ou de histórinha
Até o livro de receitas de cozinha...
Quando
A galinha acorda feliz
Vai chegando
Diz bom dia
E sai cantando...
Encontra o ganso
Vira as costas
Com ele
Não quer prosa...
E lá vem a ovelha
É só ver a galinha
Deita-se
E deixa que lhe coce
A orelha...
Passa o pavão
A galinha grita
Bom dia!
Seu metido grandalhão...
E assim fica a galinha
Acorda feliz
E diz bom dia...
Sinal fechado
Humilde pede um trocado
Sempre não
Vidro fechado
Olhar desconfiado...
Menino vadio
Sem casa
Sem comida
Dorme no chão
No meio da multidão...
Tanta gente
Ninguém lhe estende a mão
Nem um trocado
Nem um pão...
Seu nome é José
Mas pivete é chamado
Vive vagando tapeando a fome
Com restos de lixo...
Imagina se deliciando
Com pastel coca cola
Sanduiche de mortadela
Bolo de chocolate
Até hambúrguer
Ele finge que é...
E assim vive pivete
Sua realidade
Fuga
Necessidade
Incompreensão
Só quero um pedaço de pão...
Menino sem culpa
Sem oportunidade
Solidão
Marginalização
Grito na noite
Só acusação...
Sociedade
Hipocrisia
Vergonha
É minha nação
Sou apenas um garoto
Preciso de proteção...
SÓ ILUSÃO...
Não sei meu nome
Pai, mãe irmão.
Isso eu não tenho não
Chamam-me de moleque
Aceito... Reclamo não...
Um dia parei em frente a uma loja
Fiquei imaginando
Vestindo uma roupa um sapato
Ganhando um brinquedo
Até usado servia
Para me fazer companhia...
Mais uma vez fui expulso
Sentei no meio fio
Cansado de ser humilhado
Queria um dia ser valorizado...
Quero tão pouco
Quero um lar
Uma roupa
Um sapato
Um brinquedo velho
E um pouco de amor...
A mim
Só resta a dor...
Brisa vadia
Parecia menina envergonhada
Chegou mansinha
Fez rodopio
E levou minha sombrinha...
Fez-se poderosa
Virou vento sacudiu
Rolou, rolou
E depois sumiu...
Brisa que vem do mar
Que perde o caminho
Faz redemoinho...
Vem aqui trazer de volta
Onde deixou minha sombrinha
A chuva está chegando
Eu aqui me molhando...
Brisa vadia
Salva minha poesia...
BARATA TORTA...
Sai na rua uma barata torta
Se não segura a água carrega
Pisa em falso escorrega...
De guarda chuva furado
Pinga, pinga
A barata toda molhada
Sai pela rua enlameada...
E lá vai a barata torta
A água escorre
Nem liga se molha
Só pensa na roupa nova...
A cobra e o rato
Moravam no mesmo buraco nunca se entendia e a cobra por mais que sentisse vontade de comer lembrava de que o conhecia desde muito pequenino ainda vermelhinho sem pelo. Mas volta e meia os dois estavam brigando, depois de dias sem se falarem resolveram fazer as pazes, pois iria ter uma festa na floresta e melhor serem amigos que inimigos.
Não quero mais brigar com você seu orelhudo metido. -disse a cobra.
A floresta é linda vivemos aqui no mesmo buraco é tolice ficar brigando o tempo todo melhor ser amigos...
Eu também fico cansado toda vez que você ameaça me comer... Disse o rato.
Prometo, mas tem tantos por ai iguais a você como vou saber?
É muito fácil sempre que encontrar outro rato por ai diga a palavra chave assim se não souber responder saberá que não sou eu.
E como vou saber qual palavra chave?- perguntou a cobra desconfiada.
É só perguntar e ai camarada vai para nosso buraco? – se eu te acompanhar saberá. Se sair correndo vai ver que se trata de outro ai amiga é só se deliciar.
Está feito- concluiu a cobra.
Dias depois indo a procura de alimentos a cobra encontra um ratinho dormindo chega perto fica olhando gulosa lambe a língua, esquece a palavra chave e agora ataca ou sai a procura de outro alimento. Sentiu o sabor daquele ratinho gordinho um belo banquete, mas palavra é palavra e não iria devorar seu amigo, regressou triste para seu buraco e morrendo de fome, mas com a lealdade de sua amizade...
Moral da história: a amizade vale muito...
O circo
Gritava o palhaço
Todo animado
Venham viver a magia
No mundo da fantasia...
A plateia completa da criançada
No picadeiro o elefante
Com seu corpo gigante...
No palco o vazio
Todos gritavam
Fazendo estilhaço
Onde está o palhaço?
E todos olharam
De onde vinham as gargalhadas
Lá estava ele pendurado
No trapézio
Estou chegando!
No grande globo da morte
Dois cachorros
Numa motocicleta
Rodopiavam
Enquanto a criançada
Gritavam...
E no circo tinha de tudo
O leão malabarista
O macaco equilibrista
Até a girafa desengonçada
Dava uma de artista...
A criançada gritava
Quando o magico da cartola tirava
Lenços coloridos em pedaço
Amarrava um ao outro
E lá surgia o palhaço...
O sapo encalhado
Botou a botina
Perfumou-se
E foi visitar a noiva
Que o tio lhe arranjou...
Na porta da casa
Da namorada
Lembrou-se da cartola
Saiu em disparada...
Correu, correu
Ficou cansado
Entrou no lago
Adormeceu...
A namorada coitada
Esperou a noite inteira
E o sapo só acordou
No dia seguinte
Com febre e bronquite...
NO SITIO DE SEU JUCA
É um mundo tão grande
Tem beleza de se admirar
As abelhas fazendo zumbido
Trazendo o mel escondido...
Tem passarinho cantando
Galinha e peru ciscando
Tem até cavalo relinchando
No lago patinhos nadando...
Tem roça e tem horta
Tem milho verde e feijão
Tomate e pimentão
Alface e agrião...
Tem grama tem árvore gigante
Tem um lindo carvalho
E a criançada se balançando no galho...
Tem arco-íris brincando
Nas águas de um riacho
Tem a coruja piando
Tem esquilo pulando...
Não tem rua não tem carro
Só tem o barulho gostoso
Que a natureza oferece
Tem mato verdinho
Tem ninho de passarinho..
Tem cachorro latindo
Tem o canto do vento
Até se atraza o tempo
Tem gente indo e vindo...
Tem cheiro de pão assando
Aqui se esquece a hora
Se senta na varanda
Para ouvir uma prosa..
No sitio do meu avô tem de tudo
Abelhas fazendo zum. Zum
Bem cedinho trazendo o mel
Corre, corre lá vem o urso
Dizendo eu quero mel...
Esquilo pulando no muro
Formiga cortando a roseira
Galinha ciscando no terreiro
Hoje tem galo matreiro...
Indiazinha cantando feliz
Yasmin flutuando no jardim
Joaninha empinando as asinhas
Karol querendo pegar...
Limonada geladinha
Meninada lanchando na cozinha
Nada falta no sitio do vovô
O almoço vai ser galinha...
Pula da cama a criançada
Querendo esticar o dia
Rabisca com tinta amarela
Solta pipa faz poesia...
Tatu espiando do buraco
Umbu azedinho no pé
Vovó traz o café
Xicara enchendo quentinha
Zezinho traz o leite!
O rei da floresta
Era festa todo dia
O leão se dizia rei
Comandava a bicharada
E ninguém discordava...
A festa era folia
A bicharada toda animava
A fantasia mais engraçada
Um pote de mel ganhava...
O macaco convidava
Pulava de galho em galho
Gritava tão alto
Que toda floresta
Escutava...
E ninguém ficava de fora
Cada um tinha um trabalho
O pinguim tocava clarim
O baterista era o guaxinim...
O burro metido a besta
Nada fazia só comia
Numa cama de capim
Só sabia dizer sim...
O leão era o mestre
Tudo que queria pedia
Todos corriam e faziam
Ninguém o desobedecia...
O sol nascendo
O galo vai à escola
Mochila nas costas
No pé
As esporas...
Na saída
Encontra a cigarra
Com sua viola
Pedindo esmola...
Saiu cantarolando
Pegou seu violino
Na frente da escola
Cantou um hino...
Na sua crista
Pousou um grilo
Que entoava uma sinfonia
Atrapalhando
A sua melodia...
Meu amigo cantor
Quem te conhece sabe
Que canta por ser feliz
Que voa aonde quer
É volta quando quiser...
Água fresca não te falta
Ração não deixo faltar
Mesmo livre ele volta
Para se alimentar...
Meu amigo passarinho
Deus fez para voar
É livre e pode ir
Mas sempre ele quer voltar...
Mosquinha voadora
Arrebitou suas asinhas
Foi varrer a cozinha
Fingindo-se ser boazinha...
Encontrou um ratinho
No cantinho escondidinho
O bichinho tremia de medo
E chorava o pobrezinho...
A mosquinha num salto
Pousou em suas orelhas
Logo vão te achar
E ao gato vão te dar...
O ratinho implorava
Faz assim comigo não
Sou magrinho e miudinho
Deixa-me aqui escondidinho...
A mosquinha querendo ser boa
Entregaria o bichinho
E ele implorava
Encontre um ratão
Ali tem de montão...
A mosquinha gargalhou
E disse toda orgulhosa
Vão te cozinhar com azeite
E do gato será o banquete...
AS GALINHAS E A COBRA
Gritam as galinhas assombradas
Quem tem medo de cobras
Aquela moça pintada
Que rasteja com elegância
Parece até envergonhada?
A que chamam de jararaca
Comprida desengonçada
Quando as galinhas ciscam
Ela aparece e todas gritam...
Có, có , ricó....
Corram, corram!
Lá vem a serpente
Ou voam rápido
Ou ela devora a gente...
Corram!
É uma gritaria maluca
Galinhas voando
Pintinhos gritando
Galos enfrentando
Enquanto a cobra
Vai se aproximando...
O final conto depois...
A corrida
Ouve-se o grito da gaivota
Dando inicio a largada
E partem todo em disparada
Em direção à chegada...
Vamos! Vamos! Seus molengas
Gritava o sapo na torcida
Incentivando os atletas
Corram a distancia é comprida...
E saíram apressados
A torcida vibrava
Os atletas se atropelavam
Era uma confusão
Ratos, ratinhos e os ratões.
Com elegantes passadas
A ratinha dondoca
Corria toda apressada
Para espanto de todos
Cruza a linha de chegada...
Viva! Viva! A torcida gritava
A dondoca venceu
O ratão perdeu...
AZAR DO CARANGUEJO...
Parece um monstrinho
Com tantas pernas
Todo atrapalhado
Não corre de frente
Só anda de lado...
Bem cedinho sai da toca
É tempo de desovar
Mas o homem
Seu maior predador
Aproveita e zás...
Agarra o monstrinho
E lá vai o pobre
Bate-se rebola
Para dentro da panela...
Minutos depois
Chega á mesa
Acompanha um escaldado
E a famosa loira gelada...
Azar do caranguejo
Que deu moleza...
A FORMIGA
Foi andando
Tudo que achava
Na bolsa ia guardando...
E cada vez mais folhas
O vento ia arrastando
E a pobre da formiga
Corria resgatando...
E quanto mais achava
Colocava, colocava
A bolsa ficava pesada
A formiga caiu cansada...
Pensou a formiga:
Quem dera eu tivesse
Um par de asas
Feito aquela cigarra
Assim logo estaria em casa...
Cada vez mais a bolsa pesava
A formiga apavorada
Já era noite fechada
Já não aguentava mais
Dormiu ali mesmo na calçada...
A andorinha
Resolveu fazer sua casinha
Na janela da cozinha
Só não encontrava
Só não queria morar sozinha...
E assim a andorinha
Começou a convidar
Apareceu a lagartixa
Com cara de atrevida...
A andorinha logo disse
Com esse ar convencido
Quem é que vai querer
Morar com vasmicê...
E logo apareceu uma cobra
Se fazendo de boazinha
A andorinha começou a gargalhar
Eu te coloco aqui dentro
E logo vais querer me devorar...
A andorinha continuava
Querendo logo encontrar
Alguém que aceitasse
Com ela ali morar...
Apareceu um galo
Se dizendo cavalheiro
Mas era muito grande
Melhor morar no galinheiro...
E assim a andorinha
Desistiu de procurar
Passarinho assim como ela
Não queria para morar...
A BARATA FOI AO BAILE
Colocou fita azul na cabeça
Uma faixa amarela na cintura
Levou um leque para se abanar
Quando começasse a dançar...
Saiu apressada encontrou a formiga
Toda animada com pulseiras coloridas
Era o casamento da lagartixa
E queria ficar bem bonita...
E logo adiante encontram dona aranha
Na sua teia fazendo renda
Não poderia ir dançar
Precisa mesmo era trabalhar...
As duas saem cantarolando
A centopeia calçou seus sapatinhos
Um vermelho de bolinhas
Outro amarelo com lacinhos...
E todas bem arrumadas
Foram a festa para dançar
Mas a lagartixa coitada
Pelo noivo foi abandonada...
A noiva inconformada não parava de chorar
O noivo era um moço rico havia perdido o juízo
E com sua irmã havia fugido
O que será da lagartixa com esse prejuízo...
BARATA VAIDOSA
Escreveu um poema
Foi declamar no cinema...
Na saída encontrou o besouro
Que colocou a cartola
Foram juntos abraçados
Como velhos namorados...
A noite estava cansado
Na cama da barata deitou
E foi aquela agonia
Quanto mais ele roncava
A barata se mexia...
A barata que não é boba
Empurrou jogou no chão
O besouro coitadinho
Ficou de cueca na mão...
Fantasia de criança
A mente é um paraíso
A magia o encanto
Coelhinho de páscoa
Bota ovo colorido...
Papai Noel existe sim
Não importa o que dizem
Ele chega o bom velhinho
Na noite de Natal
Enchendo o sapatinho...
Fantasia de criança
O pequenino se faz grande
Adora criar e se deliciar
Carneirinhos que voam
Nas nuvens remam...
Passarinhos que dormem
Bem ao lado do travesseiro
E desperta bem cedinho
Cantando o dia inteiro...
Festa da bicharada
Os coelhos organizaram
Uma festa na floresta
Convidou a bicharada
Que chegou toda animada...
Borboletas esvoaçavam
Enquanto a musica tocava
E os esquilos dançavam...
O veado chegou sorrateiro
O filhinho correndo atrás
Enquanto a coruja cantava
E o gambá só olhava...
Os vagalumes piscavam
A orquestra já tocava
Temiam o gambá assustar
Com seu cheiro de matar...
O sapo chegava cantando
E começou logo a bailar
Com sua roupa listrada
Queria mesmo arrasar...
E a festa foi assim
Rompendo a madrugada
Comida boa quentão
Todos na maior animação...
GATO ESPERTO
Esconde-se
Olha assustado
Alguma coisa
Ele vai aprontar
Basta esperar...
E logo ele aparece
Espicha os olhos
Olha o leite
Na mesa fica pendurado
Gatinho safado...
Esse gato esperto
Pula
Apronta
Bagunça
Nunca fica quieto
Parece um gatinho
Fofinho
Quietinho
Bem mansinho...
Olha bem essa carinha
Sem vergonha
Safado
Salte ligeiro
Gato arteiro...
HOJE É DIA
De brigadeiro
Fazer bagunça
O dia inteiro...
Pegar panela
Fazer pipoca
Ver saltitando
Caindo no chão...
Sentar na sala
Misturar na tigela
Pipoca chocolate
E leite condensado...
Ligar a tevê e ver um filme
De comédia nada melhor
Esquece-se de tudo
Vira criança...
Quando a gente
Ri da bagunça
Come com a mão
Lambuza-se...
Sair correndo
Para não limpar
E nesse barulho todo
Sente um cheirinho gostoso
Que vem da cozinha
E agora que será?
É só correr
E se deliciar
Correr para o quintal
Soltar balão
Deixar a vida de adulto
Ser criança que é legal....
A revolta
Julião um burro velho
Cansado de ser escravo
Trabalhava açoitado
Todo dia castigado...
A velhice ia chegando
Julião enfraquecendo
O dono só maltratava
Nem um carinho lhe dava...
Acordou decidido
A ir embora da fazenda
Sabia tocar e cantar
Se ficar ali morreria
Sem seu sonho realizar...
E sai Julião estrada a fora
Cantarolando feliz
A felicidade existe
É só a gente procurar...
E logo os amigos
Querendo festejar
O gato logo pulou
E começou a cantar...
E outros foram surgindo
Era só numa fazenda passar
E outros a acompanhar
E Julião a se encantar
DONA GANSA VAI AO PARQUE
Era dia de festa na praça
A gansa coitada
Foi subir no balanço
Escorregou caiu no banco...
Foi uma folia
Todos deram gargalhadas
Quem iria ter pena
De uma gansa pequena...
Dona gansa era sozinha
Nem namorado tinha
Enfeitava-se se perfumava
Mas ninguém lhe olhava...
E dona gansa coitada
Fica a espera na janela
De arranjar um marido
E assim não ser donzela...
Floresta
É dia de festa
Chega o urubu
De terno azul...
O leão
Vai tocar violão...
O coelho
Segura o espelho...
Enquanto
A cigarra
Fazia serenata...
O burro apressado
Chega suado...
O pato
Esqueceu-se do sapato...
O galo atrapalhado
Canta desafinado...
Era só animação
Na cantoria
Do gavião...
Enquanto
Um grupo animava
O outro dançava...
A floresta
Toda animada
Foi até a madrugada...
BEM NO MEIO DA FLORESTA
A bicharada enlouqueceu
O macaco com seu tambor
Grita que é cantor
E a cigarra coitada
Canta toda desanimada...
E a bicharada se aproximando
Começam logo ensaiando
A macaca chega mancando
E todos ficam falando...
Na orquestra da floresta
A zebra ensaiar
Vestiu um vestido listrado
E começa a ordenar...
Logo chega o elefante com seu trombone
O jacaré enfezado tocando sua flauta
Um bando de passarinhos
Tocando seus cavaquinhos...
Engraçado foi o urso tocando seu violão
A marchinha vinha atrás era só animação
A foca com seu bigodão
Abria seu vozeirão...
Camundongo folgado
Esse bichinho humilde
Com olhos esbugalhados
Ri mostra os dentes
Se acha todo contente...
Ajeita-se na varanda
Pula se sacode
Coloca a cabeça pra fora
Olha assustado
Meio impaciente
Com medo que venha gente...
Remexe no lixo
Encontra pão mortadela
Queijo
Até farelos de bolo
Deu uma cambalhota
Aquilo não era um lanche
Era um banquete inteiro...
Olha de lado, olha do outro.
Nem sabe se saboreia
Ou se engole a própria ansiedade
Tamanha era a sua vontade...
Empanturrado
Adormece fora do buraco
Camundongo folgado...
COITADA DA TARTARUGA
Velha enrugada
Acha-se mocinha
E se alguém duvidar
Causa-lhe uma briga
Daquelas de acabar...
Mas que idade ela tem
O corpo de carapaça
O pescoço cheio de ruga
Deve ter quase cem...
As pernas verruguentas
Quem olha não se aguenta
Essa velha tartaruga
Só se lamenta...
De velha anda se arrastando
Uma lesma anda mais rápido
Numa corrida até o caracol
Sai na frente ai que dó....
CORRIDA DOS SAPOS
Os sapos se reuniram
Para a corrida esperada
Todos com seus uniformes
Esperando o sinal de largada...
As roupas eram bem engraçadas
O mais velho gordo e barrigudo
Vestia um macacão listrado
Com o olho esbugalhado...
Tinha sapo de todo canto
A bicharada gargalhava
Os sapos gritavam
Os esquilos só olhavam...
E saem em disparada
Ao redor a multidão gritava
Começa a competição
E a corrida continuava...
Sempre tem um espertinho
O sapo de roupa listrada
Sem vergonha como é
Foi por outra estrada...
La o vem afobado
E o resto onde se enfiou
Gritava a multidão
Sem entender a razão...
E logo chega os outros sapos
Vendo a safadeza quer mesmo se vingar
Pega o sapo pelas pernas
E começam a gritar!
Vamos jogar esse malandro no poço
De lá ele não mais vai sair
E o sapo chorando implorava
Deixo o lago pra vocês e vou de vez sumir...
E assim ficou decidido
O sapo espertalhão
Sumiria da região
Ou acabaria expulso do ribeirão..
CALANGO APRESSADO
Acorda já atrasado
Quer chegar ao lugar marcado
Corre, corre
Perde o trem
Atravessa a rua
Não olha de lado
É atropelado...
Saiu de casa correndo
Nem se viu no espelho
Um pé sandália rasteira
O outro sapato vermelho...
Com toda essa pressa
Levanta sacode a poeira
Engole o choro
Olha de um lado e do outro
E sai na carreira...
CERTA VEZ
Três amigas baratas
Uma solteirona
Que só queria casar
Mas era muito comilona...
A outra desengonçada
Só gostava de rezar
Casar era pecado
Nem pensar...
E tinha a Mafalda
Metida e orgulhosa
Quem quisesse sua pata
Tinha que ter ouro e prata...
E assim as três amigas
Viviam levando a vida
Uma envergonhada
A outra metida e debochada
E a outra encalhada...
COELHINHOS
Vejam que euforia acordaram esses coelhinhos
Andam todos apressadinhos
Nem sabem onde querem chegar
Orelhudos e barrigudinhos...
Os coelhinhos esfomeados
Comem tudo com sabor
Capim vira sorvete
Cenoura o seu banquete...
Sabe que as orelhinhas compridas
É que o coelho é inteligente
Tem dois dentões afinadinhos
E os pelos todos branquinhos...
Olhando o céu até penso
Que vieram lá das nuvens
Saltitando assim contente
Indo para traz e para frente...
E a páscoa chegando
Os coelhinhos ficam felizes
Sai da toca vai a horta
Colhe cenoura se empanturra
E barriguinha se estufa...
E os coelhinhos invadiram
As crianças gritam e pulam
Tragam logo meus ovinhos
Eu quero bem gostosinho...
CADA UM NO SEU LUGAR
Tem porquinho no chiqueiro
Gritando o dia inteiro
Tem cachorro latindo
E gato se exibindo...
Tem morcegos voando
Passarinhos cantando
Borboleta esvoaçando
E criança brincando...
Um vira lata preguiçoso
Dormindo na calçada
Uma girafa esquisita
Esticando o pescoço...
Tem um peru meio tonto
Rodando feito pião
Fazendo roda na rua
Se exibindo para a perua...
E assim se encontram na praça
Um cachorro vira lata dizendo que era de raça
Um com cara de bravo só sabe morder o rabo
Com ataque de pulga e de carrapato...
DANÇA NA HORTA
Uma a uma elas desfilam
No meio da noite um alvoroço
Na manha ficam quietinhas
Meninas assentadinhas...
E começa a beterraba
Toda vestida de roxo
Laçarote vermelho
Preso no cabelo...
E vem o repolho
Saia de babado
Sandália de salto
Cabelo trançado...
O tomate envergonhado
Chega todo vermelho
De boca carnuda
Olhar profundo
Se olhando no espelho...
E logo vem a moçada
Agitando a garotada
Cenoura toda loira
E o nabo todo atrapalhado...
O quiabo
Magrelo
Chega correndo
Nem calça o chinelo...
O pimentão coitado
Traz na mão uma flor
Dizendo ser mais bonito
E que é o vencedor...
Clovis
É um bode atrevido
Corre com todos
Quem dele se aproxima
Ele corre para cima....
A criançada ao ver o Clovis
Fica logo amedrontada
Aos gritos saem correndo
Lá vem o bode fedorento...
É uma verdadeira folia
É só Clovis surgi
A correria começa
Um pula daqui
Um pula dali...
E Clovis todo empolgado
No meio das cabritas
Defende o seu reinado...
Dona minhoca
Depois da chuvarada
Saiu na praça
Não vestiu a capa
Ficou encharcada...
Tremeu de frio
Na rua fazia buraco
Queria cavar
Mas era asfalto...
E a pobre da minhoca
Ficou machucada
De tanta escavada...
Já meio tontinha
Resolveu dormir
Agasalhou-se
Apressadinha...
Enfiou-se
Embaixo do lixo
Ficou a coitadinha
Num canto da pracinha...
O lixeiro sem saber
Recolheu tudo
A pobre da minhoca
Dormindo a roncar
Sem saber onde irá parar...
Quem dera
Que toda criança
Fosse amada
Um simbolo que traz alegria
Que nunca fosse desrespeitada...
Criança meiguice perfumada
Feito um botão de rosa se abrindo
Linda flor nessa vida desamparada
Um ser que para Deus vai surgindo....
Quantas crianças sonham
Ter uma casa e serem amadas
Feito estrelinhas que brilham
Mas vivem desmparadas...
Nesse tão lindo universo
Trazendo a beleza de um beija-flor
Que na leveza bate asas no verso
Descrevendo poesia do amor....
A formiga Zazá
Saiu do formigueiro
Falou que a abelha mentiu
Que não saiu o dia inteiro
Isso ela não viu...
A abelhinha Gigi
Abriu as asinhas gritou
Venha cá dizer pra mim
Que a folha você não pegou....
Logo, logo apareceu
A lagartixa toda faceira
Eu vi a quem você deu
Sua formiga fofoqueira...
A abelhinha bondosa
Prefiro que sai ligeira
Só não quero muita prosa
Com formiga traiçoeira...
A formiga abixou a cabeça
Não queria confusão
Mas disso não se esqueça
Nunc usei de traição...
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